Por: José Aparecido Miguel (*)

O mapa do crime no Rio de Janeiro

1-MAPA DO CRIME NO RIO DE JANEIRO. Da Barra a Botafogo: dez bairros do Rio concentram um terço dos roubos de celular, e crime abastece mercado ilegal que desafia a polícia. Por Anna Bustamante, Felipe Grinberg e Rafael Soares. Ao se ter um celular roubado, além do objeto, podem parar nas mãos de bandidos o acesso a contas bancárias, redes sociais, fotos, vídeos... A 200 metros da delegacia da Tijuca, a 19ª DP, na Zona Norte carioca, uma servidora pública e sua família se tornaram vítimas desse crime, com potencial de desencadear vários outros e que cresceu 39% na cidade do Rio no ano passado. Dali, um dos quatro aparelhos levados pelos ladrões foi parar no Morro do Fallet, dominado pelo Comando Vermelho (CV), e seria revendido, segundo a polícia, no Camelódromo da Uruguaiana. Estava traçado um ciclo do mercado ilegal que a polícia já conhece — mas tem dificuldades de enfrentar — e que sintetiza revelações do Mapa do Crime, do Globo, sobre os roubos de celular na capital fluminense. Apenas dez dos 147 bairros mapeados acumulam um terço (ou 5.067) de todos os 14.196 casos registrados na cidade em 2024. No ranking dessa primeira etapa que costuma envolver o roubo de celular — o ataque em si à vítima —, a Tijuca, com 581 ocorrências, só perde para o Centro, que teve 1.622 casos. A rota dos bandidos inclui o Maracanã (455 registros), a Barra da Tijuca (424) e Botafogo (423), bairros de classe média e média alta. E tem ainda Realengo (371), Bangu (350), Madureira (294), Campo Grande (288) e Pavuna (259), centros regionais do Rio nas zonas Norte e Oeste. Os dez bairros tiveram aumento dos casos no ano passado. Os números evidenciam também que, dos quatro tipos de roubos detalhados no Mapa do Crime — os de veículos, a transeuntes e em coletivo, além do de celular —, a subtração dos telefones apresenta o maior acúmulo de casos em poucos bairros. Elo em favela rastreado. O Globo rastreou o destino de um dos quatro telefones levados da família da servidora pública da Tijuca, no assalto ocorrido em 27 de dezembro de 2024. E assim se chegou ao Fallet, favela entre o Catumbi e Santa Teresa, na região central da cidade, elo importante na cadeia dos roubos de celular. Foram apreendidos notebooks e 200 telefones roubados ou furtados na Região Metropolitana fluminense naquela mesma semana. Entre os nove presos na operação, estava Patrick Fontes Souza da Silva, de 31, que a polícia afirma ser um dos maiores receptadores de aparelhos roubados do Rio e responsável pela oficina de desbloqueio. Link: - https://oglobo.globo.com/rio/especial/da-barra-a-botafogo-dez-bairros-do-rio-concentram-um-terco-dos-roubos-de-celular-e-crime-abastece-mercado-ilegal-que-desafia-a-policia.ghtml - (...) (O Globo)

(*) José Aparecido Miguel, jornalista, diretor da Mais Comunicação-SP,
trabalhou em todos os grandes jornais brasileiro - e em todas as mídias.
E-mail: [email protected]