Aproveitando a semana Mundial do Meio Ambiente não posso deixar de registrar um assunto muito grave que vem ocorrendo nos condomínios residenciais, comerciais, hotéis e shopping centers do Rio de Janeiro.
Quando consumimos gás ou luz em nossas casas ou locais de trabalhos, pagamos o que consumimos. Se gastamos muito, pagamos muito. Se gastamos pouco pagamos pouco. Era assim também com o consumo de agua.
Não sou técnico e não entendo muito do assunto mas vou expor de maneira simples o que está acontecendo, por exemplo no Barra World Shopping. Obviamente isto está acontecendo com todas as residências, shoppings, hotéis e edifícios comerciais.
A partir da privatização da CEDAE , pelo governador Claudio Castro e referendada pelo STF todas as lojas do Barra World, independentemente de terem ponto de agua ou não, ou de terem pias ou vasos sanitários, são obrigadas a pagar uma conta de agua de r$ 800 por mês. Poucas vezes na minha vida vi tamanho absurdo. A conta de agua do Barra World que mensalmente ficava na faixa de R$ 90 mil reais, com essa nova regra sobe para mais de 300 mil reais!
No Barra World investimos um dinheirão para termos energia solar, que vem funcionando perfeitamente. Além disso fizemos um projeto caríssimo de reuso de agua que se tornou inútil pela nova regra, tendo em vista que a cobrança da agua vai ser feita independentemente do consumo. Este fato além de ser danoso para as pessoas e condomínio é mais ainda para o meio ambiente pois não poderemos reciclar a agua.
Não sei quem criou essas leis e estas regras, mas não podemos cavar poços nem comprar agua de caminhões pipas, que por mais estranho que pareça, são mais baratos do que a agua fornecida pela Igua.
Outra coisa estranha é que porque a Igua não coloca hidrômetro em cada loja então? Cobrar esse valor do condomínio e responsabilizar o shopping ou os condomínios por este pagamento também é um absurdo.
Gosto do Governador Claudio Castro e o tenho como uma pessoa honesta. Além disso não quero acusar ninguém de falcatrua nessa licitação e privatização, mas é voz corrente entre muitas pessoas que isso ocorreu. A história que contam é que na privatização, os valores foram baixos porque a CEDAE era deficitária ou pouco lucrativa, e que poucos meses depois a IGUA e AGUAS DO RIO, redigiram um decreto que mudava todas as regras do jogo permitindo que as vencedoras da privatização cometessem esses absurdos, passando então a auferir lucros astronômicos, inviabilizando a vida e os negócios de nossos habitantes. E que esse decreto foi assinado pelo nosso querido Governador em 24 horas. Prefiro acreditar que foi um erro humano e não uma falcatrua.
Deixo, portanto, registrado aqui meu protesto e faço votos de que o Governador Claudio Castro emita um novo decreto ou a Cia Estadual que regula e fiscaliza as concessionárias de agua interfira e corrija esse engano o mais urgente possível.
*Empresario, Fundador e Vice Presidente do Instituto Rio Vamos Vencer
