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Educação e lei de mãos dadas

Ao completar 17 anos de vigência em junho de 2025, a Lei nº 11.705/2008, mais conhecida como Lei Seca, continua sendo um dos pilares da política de segurança viária brasileira. Muito mais do que uma regra jurídica, trata-se de um pacto pela vida. Instituída com o objetivo de coibir a perigosa combinação entre álcool e direção, a norma consolidou o princípio da tolerância zero e se firmou como uma das mais emblemáticas conquistas da sociedade brasileira na defesa de um trânsito mais responsável e menos violento.

Os dados falam por si: desde a sua implantação, houve redução significativa no número de sinistros fatais causados por motoristas alcoolizados. A intensificação das blitzes, o endurecimento das punições e a ampliação dos métodos de fiscalização ajudaram a salvar milhares de vidas e a inibir um comportamento que, por muitos anos, foi naturalizado em nossa cultura. Ainda assim, os números de mortos e feridos no trânsito seguem alarmantes. E isso só reforça o que deveria ser óbvio: a Lei Seca ainda é necessária — e precisa ser reforçada, não flexibilizada.

Mas segurança no trânsito não se faz apenas com fiscalização. Faz-se com educação. É por isso que ações como o Programa Conexão DNIT, que leva o debate sobre a Lei Seca para dentro das escolas de forma interdisciplinar, merecem ser exaltadas. Ao promover atividades que mostram aos estudantes os impactos concretos do álcool na condução de veículos — inclusive com vivências práticas que simulam a desorientação causada por substâncias psicoativas — o programa planta a semente de uma nova cultura: a da responsabilidade, da empatia e do respeito à vida.