Por:

Não é vilão, mas exige responsabilidade

Na madrugada de sábado, 7 de junho, um veículo sendo abastecido com Gás Natural Veicular (GNV) explodiu em um posto na Praça da Cruz Vermelha, no Centro do Rio de Janeiro. O motorista, 64 anos, e o frentista, 61 anos, não resistiram aos ferimentos decorrentes da explosão. As imagens captadas por câmeras de segurança mostram o carro sendo arremessado metros adiante, com destroços atingindo a cobertura do posto e até imóveis vizinhos . O fato gerou muita discussão pelas redes sociais e deixa, agora, profunda reflexão.

Se, de um lado, o GNV é reconhecido como fonte segura, econômica e menos poluente — adotada por taxistas, motoristas de aplicativo e frotas em todo o país —, de outro, o acidente deixa claro o que todos devem saber: gás comprimido exige protocolo rigoroso. E não foi por acaso que, após o ocorrido, o Corpo de Bombeiros divulgou uma lista de cuidados cruciais. Aquilo tudo que já deveria ser feito por quem utiliza o GNV e também por aqueles que trabalham no abastecimento. Fora a questão da fiscalização em relação ao selo e certificação formal, já que existem kits clandestinos e até a utilização de cilindros vencidos, representando ainda mais riscos.

Vale ressaltar que este não foi um episódio isolado. Casos de explosão por falhas em cilindros já ocorreram antes no estado, apontando que, sem inspeção rigorosa, a tecnologia, embora confiável, torna-se uma armadilha. Com grande impacto visual e emocional, o acidente poderia ser prevenido — se a pressa fosse contida e a segurança fosse priorizada.

É imprescindível que motoristas, proprietários de postos e autoridades vejam este episódio como alerta: o GNV não é vilão, mas exige responsabilidade. Ao abastecer, o usuário e o frentista precisam respeitar normas técnicas. Ignorá-las é jogar na sorte — e a sorte, por vezes, arrebata vidas.

Que a tragédia sirva de lição e mobilização. Fiscalizações precisam ser intensas, cilindros precisam ser verificados e, sobretudo, quem abastece deve manter prudência. O progresso energético precisa acompanhar a consciência: o risco zero é possível, mas sem medidas, converte-se em fatalidade.