Em meio a uma troca de cavalheirismos, de um modo singelo e secular, para não dizer algo pior, Congresso e Planalto vão discutindo mais um dose de conhaque do chamado frasco do imposto. Entre uns goles aqui e outros acolá, a disputa pelo líquido continua danoso para quem o mais bebe: a população.
A nova garrafa a ter se rótulo na mesa se chama IOF, um imposto para transações, especialmente internacionais. O modelo ecônomico petista está defasado para os dias atuais e o assistencialismo não pode mais figurar-se em primeiro plano. Mesmo assim, a ala econômica do governo, capitaneada por Fernando Haddad, quer que doses homeopáticas deste conhaque seja aumentada, para que seu preço, na linha final torne-se mais vantajoso para o produtor, com o consumidor arcando as consequências.
O problema é que, do outro lado da balança, o Congresso está sendo contra este aumento, para não deixar o líquido mais oneroso do que já está. Se a guerra entre impostos está novamente em voga, deve-se muito ao estilo gastador do partido com os programas sociais, em prol do que realmente deveria investir.
Do que adianta deixar a garrafa do IOF mais cara, se outras precisam de diminuição ou mais olhares? Na falta de caixa, a regra básica sempre foi tirar dinheiro da população, aumentando impostos. Assim é o mais simples para se conseguir uma arrecadação maior, mas, nesta equação, encontra-se o Congresso, que está, ainda bem, do lado do povo, lutando contra esse aumento excessivo de imposto.
Aliás, já não é a primeira vez e talvez não será a última que Governo e Congresso travam uma queda de braço sobre imposto ou tarifas econômicas. Deste conhaque, a guerra é praticamente comum e sempre dura, pois com sua força ao descer a garganta, não traz muitos benefícios e sim mais malefícios ao consumidor.
Assim, enquanto essa balança não for equacionada e seu líquido devidamente compensado, com o equilíbrio fiscal necessário, a trava entre os dois continuará, para ver quem leva a melhor nesta questão, com o produto sendo entregue à população da melhor forma possível para o consumo.