Marco para a criação de uma estrutura de cooperação direcionada a investimentos sustentáveis e facilitação do comércio bilateral, Brasil e a União Europeia (UE) protagonizaram um novo capítulo em suas relações bilaterais, mediante a assinatura de uma carta de intenções, na última quinta-feira (29). Diante de 200 lideranças empresariais e políticas, reunidas no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo (SP), foi firmado um acordo de cooperação entre a ApexBrasil e a União Europeia, tendo em vista 'facilitar o diálogo estruturado, desenvolver iniciativas conjuntas (projetos em áreas como infraestrutura verde, digitalização e energia limpa) e promover intercâmbios técnicos, que ampliem os investimentos sustentáveis entre o Brasil e o bloco europeu.
Na visão do conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, o embaixador Marcos Caramuru, "os temas em pauta em tal parceria [desenvolvimento sustentável, indústria limpa, energia e conectividade digital] estão no centro da estratégia brasileira para enfrentar o futuro".
Ao considerar o fórum uma marca estratégica, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana avalia que "estamos falando de quase 700 milhões de pessoas. Talvez do maior bloco econômico do mundo. E o mundo está precisando disso".
Também presente ao evento, a embaixadora da UE no Brasil, Marian Schuegraf acentuou que este representa "o ponto de partida de uma oportunidade para o mundo", dentro da perspectiva de convergência das agendas econômica e ambiental dos blocos.
Enquanto o primeiro painel do fórum tratou da facilitação de fluxos comerciais e de investimentos verdes, no contexto do Acordo UE-Mercosul - com destaque para temas como taxonomia sustentável, comércio de emissões e finanças climáticas - o segundo envolveu a cooperação industrial limpa, com destaque no potencial brasileiro em energia renovável e hidrogênio verde, sem contar as oportunidades em infraestrutura e cadeias de suprimento sustentáveis. O terceiro e último, por sua vez, buscou explorar os investimentos em conectividade física e digital, ressaltando a importância da logística, da digitalização e das novas tecnologias para integrar os mercados.
