Como diz o grande Milton Nascimento em uma de suas letras: "nada será como antes". A ideia da Globo de fazer novas versões de novelas consagradas da teledramaturgia, para trazê-las à realidade atual pode ser benéfica até certo ponto, mas não se deve, a todo momento, comparar a versão antiga com a atual. E isso está acontecendo com "Vale Tudo".
Não se deve criticar uma novela, escrita em 1988, e seguir à risca tudo que ela passou. O próprio nome já diz "remake", ou seja, "refazer" ou "transformar", numa tradução literal do inglês para o português. Mudar algumas características de personagens por dogmas de antes, para o mundo do século XXI, pode não parecer surpreendente. Ou mesmo tirar o papel de tirania de uma consagrada vilã, para humanizá-la ou mesmo para a trazer para a realidade atual, não deve ser relativizante.
Alguns personagens podem ser criados, para dar mais charme ou nova liga a alguns nomes da primeira versão, ou mesmo assuntos que antes eram tubus e hoje podem ser expostos.
O que o brasileiro mais gosta de fazer nesse quesito é criticar e comparar, dizendo que a autora está mudando muito a essência de alguns personagens e não seguindo o script. Tudo isso pela briga de audiência e por ser o grande produto dos 60 anos da TV Globo.
Manter a música de abertura já foi um ganho. Por novos ritmos e estilos a alguns personagens, outro. Trazer grandes nomes da teledramaturgia para papéis consagrados, é mais um ponto ganho. Agora, não pode o público ficar querendo uma novela igual a de 1988. Se fosse assim, não iriam existir os "remakes", e sim reprises.