Vivemos em uma sociedade marcada pela pressa, pela cobrança constante de produtividade e pela exposição excessiva às redes sociais. Nesse cenário, não é surpresa que as crises de ansiedade tenham se tornado um dos problemas de saúde mental mais comuns da atualidade. Elas são o reflexo de um mundo que exige demais e acolhe de menos, que valoriza o desempenho, mas negligencia o bem-estar emocional.
As crises de ansiedade se manifestam de forma intensa e muitas vezes assustadora. Taquicardia, falta de ar, sudorese, sensação de desmaio e medo extremo são alguns dos sintomas que invadem o corpo de forma repentina. Para quem nunca passou por isso, pode parecer exagero, mas para quem sofre, é uma experiência profundamente angustiante — e real.
O que poucos entendem é que essas crises não surgem do nada. Elas são o acúmulo silencioso de pressões, medos, traumas e sobrecargas emocionais. Infelizmente, vivemos em uma cultura que ainda trata o sofrimento psíquico como fraqueza, dificultando o acolhimento e o tratamento adequado. Muitas pessoas, por vergonha ou falta de informação, deixam de procurar ajuda e acabam enfrentando sozinhas uma dor que poderia ser amenizada com apoio e cuidado profissional.
É fundamental reconhecer que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física. As crises de ansiedade não podem mais ser ignoradas ou minimizadas. Precisamos falar sobre elas com responsabilidade e empatia, promovendo o acesso à psicoterapia, à medicina especializada e, acima de tudo, a uma escuta sensível.
Mais do que tratar as crises, é urgente repensar o estilo de vida que estamos levando. Precisamos desacelerar, valorizar o autocuidado e resgatar conexões humanas mais verdadeiras. A ansiedade pode ser um grito do corpo e da mente, pedindo um modo de viver mais leve, mais humano.
*Jornalista