O primeiro grande desafio político de Leão XIV seria preservar a unidade da Igreja em meio à crescente polarização ideológica entre seus membros. De um lado, setores conservadores exigem a manutenção rigorosa das doutrinas tradicionais; de outro, alas progressistas pedem abertura para temas como o celibato clerical, a ordenação de mulheres, o reconhecimento de uniões homoafetivas e uma moral sexual mais adaptada à realidade atual. Manter o equilíbrio entre essas forças sem causar rupturas internas exigiria diplomacia, escuta e firmeza pastoral.
Outro ponto crítico seria o combate à crise de credibilidade provocada por décadas de escândalos de abusos sexuais. Leão XIV teria a responsabilidade de avançar em medidas de transparência, justiça às vítimas e responsabilização de membros do clero, buscando restaurar a confiança da sociedade na instituição. Esse desafio é político porque envolve resistências internas, legislação internacional e uma comunicação clara com a opinião pública.
No cenário global, o papa também teria papel relevante como líder moral em questões como a defesa do meio ambiente, a migração, os direitos humanos e o combate à pobreza. O desafio político aqui estaria em enfrentar governos autoritários, regimes laicistas e grupos econômicos que se opõem à doutrina social da Igreja, sem comprometer sua independência nem sua autoridade espiritual.
Além disso, a diplomacia vaticana precisaria se fortalecer em contextos de guerra e perseguição religiosa, mantendo o diálogo com outras religiões e promovendo a cultura da paz. O Papa Leão XIV, portanto, teria que ser mais que um líder religioso: um verdadeiro estadista espiritual para o século XXI.