Por:

A escolha de Prevost para ser papa

Um Conclave sem muitas semelhanças com o filme "Conclave", mas com um papel importante para a Igreja. Se as disputas eram entre as alas progressistas e conservadores da Cúria — nada tem a ver com conservador e progressista no mundo político —, venceram os moderados, com um nome que aglutinou mais os conservadores do que os progressistas. Robert Prevost pode ter muitas similaridades com Bergoglio, mas tem diferenças grandes, em especiais aos homessexuais, o que deve ter feito os conservadores apostarem em seu nome contra Parolin, que já tinha o suporte de Tagle para tentar convencer os moderados de que era um nome capaz de aglutinar a Igreja. De fato, escolher Leão como nome de papa apenas reforçou o que, muito provavelmente, foi sua campanha nos corredores da Basílica de São Pedro: unir a Cúria.

Juntar um papa agostiniano, norte-americano, com raízes latinas só fez mostrar o quanto o europeismo dentro da Igreja Católica está longe de ser unânime. O último papa italiano fora Albino Luciani, João Paulo I, cujo papado durou 33 dias. Depois dele, um polonês (Karol Wojtyla) e um alemão (Joseph Ratzinger). Agora, o eixo vem para a América, com dois papas do continente, e os dois com semelhanças latinas. Mesmo Prevost sendo estado-unidense, tem nacionalidade peruana, onde fez grande parte de sua carreira eclesiástica e foi nomeado Bispo.

Responsável pelos acerbispos no papado de Francisco, Prevost fez seu nome crescer nas apostas dentro dos escrutínios como aquela capaz de unir as duas alas da Igreja, dentre os moderados. Ele não estava estre os favoritos e fez jus ao ditado de que, "quem entra papa sai cardeal no conclave". Parolin, Tagle, Pizzaballa eram os mais cobiçados, especialmente o primeiro, que tinha grande chance. Talvez fora seu principal adversário para conseguir os 83 votos necessários.

Agora, Leão XIV espera ter um papado longevo, pois, com 69 anos, tem tudo para, pelo menos, passar os 12 de Francisco e chegar as duas décadas de Leão XIII, cujo papado foi um dos mais longevos da história, com quase 30 anos.

Se seguir os passos dos seus dois antecessores — Leão XIII e Francisco — Leão XIV tem tudo para entrar na história da Cúria Romana.