Um fardo ainda mais pesado para a economia, que traz consequências negativas, tanto para o emprego, à renda e ao bem-estar da população.
O tom, de advertência e preocupação, foi emitido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), logo após o anúncio do novo aumento da Selic (taxa básica de juros), no início da noite dessa quarta-feira (7), pelo Copom-BC (Comitê de Política Monetária do Banco Central), sob o argumento de que "o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado dinamismo", com a ressalva seguinte: "...mas observa-se uma incipiente moderação no crescimento".
Com aparente indiferença ao 'estrago' que o novo patamar - 14,75% ao ano, o maior, em quase 20 anos, e a terceira maior taxa real de juros do planeta - pode causar à dinâmica econômica, ao investimento e preservação dos postos de trabalho, a autoridade monetária parece ter 'jogado a toalha' no que toca ao arsenal disponível para debelar a escalada dos preços.
Sem esconder a contrariedade com a decisão do colegiado central, o presidente da CNI, Ricardo Alban, entende que a atual conjuntura demanda uma 'postura mais prudente do Copom'.
"Embora o controle da inflação seja o objetivo primordial do Banco Central, a elevação da Selic traz riscos significativos à economia, que está em processo de desaceleração mais acentuado do que esperávamos no final de 2024", comenta o líder industrial.
Fato é que tal desaceleração já se prenuncia há meses, uma vez que a previsão é de que o PIB (Produto Interno Bruto) não deva passar de 2,3% este ano, ou um recuo de 1,1 ponto percentual em relação a 2024.
De igual modo, a indústria deve 'encolher, de um crescimento de 3,3% no ano passado, para 'módicos' 2% em 2025.
"Caso a estimativa se concretize, isso representaria o menor crescimento da economia nos últimos cinco anos e está diretamente relacionado à política monetária contracionista", disparou Alban.
Segundo a CNI, o BC deveria elevar os depósitos compulsórios como medida adicional da política monetária, em complemento ao uso da taxa Selic.