Ser professor, especialmente no Brasil, é um desafio constante para educadores. Seja por questão salarial, falta de respeito ou a desvalorização do trabalho. Todavia, o desrespeito aos professores se mostra cada vez mais presente - e mais preocupante. Um levantamento global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) coloca o Brasil entre os países de índices mais altos do mundo no ranking das agressões contra professores.
Um caso recente no Distrito Federal é um exemplo claro de revolta. Nesta semana, um professor da escola do Centro Educacional Vale do Amanhecer, em Planaltina, foi agredido por três alunos do ensino médio, simplesmente por não ter aceitado que os alunos usassem seus celulares em sala de aula.
O professor acionou a diretora da escola para recolher os celulares. Revoltados, os estudantes de 17 anos seguiram o professor até a parada de ônibus, fora das dependências da escola, e lá ele foi atacado por uma série de socos na cabeça, rosto e pescoço. As agressões cessaram após um motorista de ônibus intervir e os alunos irem embora. O professor registrou um boletim de ocorrência sobre esse caso covarde.
A proibição do uso de celular e dispositivos eletrônicos nas escolas é uma nova regra aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não é apenas uma escolha do professor, é uma obrigação. E mesmo que fosse uma escolha do docente, nada daria o direito de um aluno desrespeitar o professor, tampouco agredi-lo fisicamente.
O caso é um clássico exemplo de covardia, em todos os sentidos: foram três contra um, o professor tem deficiência visual e foi atacado quando estava desprevenido, os alunos são menores de idade mas não são mais crianças. É um absurdo um caso como este se limitar a chamar os pais dos alunos para informar o caso e os responsáveis ganharem no máximo, uns puxões de orelha. Professores merecem respeito, educadores merecem respeito.