Por: Rafael Lima

EDITORIAL | A ilusão do 'poder' nas redes sociais

A ilusão do 'poder' nas redes sociais | Foto: Imagem de Gerd Altmann/Pixabay

Todos nós, brasileiros, presenciamos, a cada quatro anos, as eleições municipais. Alguns políticos continuam, se reelegem, outros acabam deixando suas cadeiras, sejam elas no Poder Executivo ou Legislativo. Nos bastidores da política, principalmente em redes sociais, está sendo comum ver ex-vereadores e ex-prefeitos derrotados tentando se manter relevantes, principalmente quando se trata de municípios do interior dos estados.

Sem mandato, no caso de parlamentares derrotados, por exemplo, muitos recorrem às redes sociais como trincheira de oposição, acreditando que 'curtidas' e compartilhamentos podem substituir aqueles votos que acreditavam obter e ficaram frustrados.

Mesmo com essa era digital, é preciso sim ser realista. Há uma grande diferença entre influência virtual e influência real, até porque, se de fato estes mesmos políticos tivessem essa tal força, as urnas comprovariam. Seja para qual cadeira estivessem concorrendo.

A oposição é essencial para a democracia, mas precisa ser responsável e qualificada. Neste cenário surgem àqueles que trazem também consigo a bandeira da hipocrisia. Se há um pouco mais de um mês, ainda exerciam mandato, todos os problemas surgiram em 30 dias? Ou nada foi feito, por eles mesmos, durante os últimos quatro anos?

Exemplos como estes já são realidade em todo o país. Porém, se de fato vivem de política, deveriam saber que o verdadeiro termômetro não está nos comentários, vídeos e no apontamento de demandas não atendidas, mas sim nas urnas. E para que os derrotados voltem a ocupar o lugar que acreditam que deveriam estar, a construção de um novo caminho político exige mais do que postagens, e sim trabalho, propostas e muita, mais muita, coerência.

Agora, para os eleitos que já completaram mais de um mês de mandato. E também para aqueles que conquistaram a reeleição, que essas demandas apontadas pela oposição e população contrária, sejam atendidas e não deixadas de lado. Que brigas partidárias fiquem de fora dos quatro anos de trabalho. Até porque, os eleitos e reeleitos precisam honrar os votos de confiança que obtiveram, não é?

Quem sabe após resolverem a maioria dos problemas de um município, os derrotados não procuram de fato um novo caminho para voltarem à política municipal e param de ficar somente por trás de um aparelho celular ou computador...

Acreditem, esse fenômeno da 'ilusão do poder' nas redes sociais está cada vez mais disseminado no território brasileiro.