Uma democracia sólida não se constrói apenas com eleições regulares e instituições independentes. Ela depende, fundamentalmente, de um ambiente onde a imprensa possa atuar com liberdade, segurança e respaldo estatal. A criação do Observatório da Violência Contra Jornalistas, instituído pela Portaria nº 116/2025 do Ministério da Justiça e Segurança Pública, é um passo importante nessa direção, pois visa monitorar ocorrências de agressões contra profissionais da comunicação, sugerir políticas públicas e apoiar investigações.
Infelizmente, o Brasil registra altos índices de ataques a jornalistas. Sejam violências físicas, ameaças ou intimidações virtuais, tais práticas configuram uma afronta ao direito da população de ser informada. Profissionais da imprensa cumprem um papel essencial na fiscalização do poder, denunciando abusos e trazendo à luz informações que impactam diretamente a vida dos cidadãos. Atacá-los é tentar silenciar a própria sociedade.
O Observatório, ao contar com representantes da sociedade civil e do governo, cria um espaço de diálogo necessário para discutir soluções efetivas. No entanto, a sua criação deve ser apenas o ponto de partida. O enfrentamento da violência contra jornalistas requer a implementação de medidas concretas, como a responsabilização rápida e efetiva de agressores, o fortalecimento de programas de proteção para comunicadores ameaçados e campanhas de conscientização sobre o papel da imprensa na democracia.
A história ensina que regimes autoritários buscam minar a credibilidade da imprensa, censurar jornalistas e disseminar o medo entre quem questiona o poder.