Por: José Aparecido Miguel (*)

Para entender (e enfrentar) o novo fascismo. Musk assume controle da bilionária USAID: "Organização criminosa"

1-'PAUTA DE COSTUMES'. O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, (Rep-PB) diz que 'pauta de costumes' não é prioridade e será 'imparcial' sobre anistia aos presos do 8 de janeiro. Por Eduardo Gonçalves. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, (Rep-PB), afirmou domingo que decidirá "nos próximos dias" com os líderes partidários se pautará ou não a anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Perguntado sobre o que pensa sobre as "pautas de costumes", como os projetos de lei que tratam da questão do aborto, ele respondeu que essas medidas "não estão na prioridade do dia" e desviam o foco de pautas que "mudam a vida das pessoas, como as de distribuição de renda e geração de emprego". (...) (O Globo)

2-PROCESSO DE DESINDUSTRIALIAÇÃO ESTÁ SENDO REVERTIDO, diz Cappelli. Agência Brasil - Após quase uma ano presidindo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o jornalista e especialista em administração pública Ricardo Cappelli informa que, no acumulado de 2024, até o terceiro trimestre, o PIB gerado pela indústria teve crescimento de 3,5% em comparação ao ano anterior. "A partir do lançamento do programa Nova Indústria Brasil, pelo presidente Lula e pelo nosso vice-presidente, ministro Geraldo Alckmin, a gente começou a ter, e a gente tem inúmeros números que comprovam isso, uma reversão nesse processo [de desindustrialização], com o anúncio, inclusive, de investimentos históricos liderados pela indústria brasileira", disse em entrevista à Agência Brasil. (...) (Brasil247)

3-PARA ENFRENTAR O NOVO FASCISMO. Para entender (e enfrentar) o novo fascismo. Ele tornou-se ameaça persistente, indica vitória de Milei. Odeia o Estado, surfa na crise da democracia e se aproveita do frenesi sem memória das redes sociais - para apelar às ilusões mais passadistas… É preciso examiná-lo em profundidade. Por Glauco Faria. A vitória de Javier Milei na Argentina traz algumas pistas sobre como a extrema direita consegue se organizar, política e eleitoralmente, em países, contextos e situações distintas. Em um artigo publicado em 2022, o filósofo e professor da USP Vladimir Safatle apontava que "em um momento histórico, no qual informação e entretenimento se tornam indistinguíveis, no qual os padrões de comunicação da indústria cultural se tornam 'naturais', não há surpresa alguma em encontrar políticos que falam como esse 'povo' construído pela cultura de massa, com suas dicotomias, com sua concepção de história saída diretamente de seriados de televisão, com seus heroísmos de filme de ação". Nesse aspecto, descrever aspectos caricaturais ou mesmo a ignorância de figuras como Milei, Trump ou Bolsonaro apenas reforça a imagem que querem passar às pessoas. O extremismo vive e se alimenta de crises e qualquer uma delas abre uma janela de oportunidades em um mundo onde as transições se dão velozmente. Em uma entrevista concedida em 2020, a antropóloga Letícia Cesarino apontava como este discurso conseguia ser exitoso no país no período da pandemia. "O Brasil tem todo um histórico de abandono de parte da população pelo Estado. É muito impressionante do meu ponto de vista e das pesquisas que tenho feito como de fato muitos brasileiros não esperam nada do Estado. Então são dois lados, o individualismo, esse desejo de liberdade individual, e junto uma desconfiança em relação ao Estado enquanto entidade coletiva que organiza a nossa sociedade." Essa noção distorcida de liberdade, tendo como parâmetro único o indivíduo, acaba afetando as mais diversas percepções. O professor de ciência política e relações internacionais na Universidade do Sul da Califórnia Gerardo Munck chamou a atenção para o fato de que, em 18 eleições realizadas na América Latina desde 2019, apenas no Paraguai o governo de turno saiu vitorioso, com a oposição vencendo nos demais. Ainda que opositores de esquerda e direita tenham triunfado, este estado de coisas é desfavorável aos esquerdistas, já que, uma vez no poder, costumam enfrentar a insatisfação das elites econômicas e da mídia tradicional. Retorno a um passado glorioso. Se Donald Trump incorporou o retorno a um passado idílico com seu principal slogan de campanha, Make America Great Again (Torne a América Grande Novamente), Javier Milei também invocou o passado como farol para o futuro da Argentina. A construção e resgate de um passado que não considera nem índices de desigualdade e nem opressão e submissão de segmentos inteiros da sociedade se coaduna com a defesa dos ditos valores da família tradicional, uma cidadela contra as mudanças que incomodam parte dos segmentos ressentidos da sociedade. Assim como no Brasil e em outros países, personagens com propostas esdrúxulas, que espalham preconceito e desinformação, não são devidamente confrontados. A atração pelo poder faz com que a direita ou centro-direita logo amenize ou mesmo chegue a imitar os discursos e prática da extrema direita. Figuras como Simone Tebet ou Geraldo Alckmin, que no Brasil fizeram o movimento contrário, são exceções dentro da regra e da régua dos políticos deste campo. O problema é que a aliança oportunista oferece poucas opções para o retorno. O ocaso do PSDB mostra isso no Brasil, mas não é o único exemplo. Nos Estados Unidos, o Partido Republicano se tornou a feição mais acabada de Donald Trump. Nas primárias para 2024, seus eventuais adversários entoam a mesma canção do ex-presidente, fundada em preconceito, xenofobia, defesa de supostos valores familiares e proposição de medidas ultraliberais. Resultados como os da Polônia, no qual mulheres e jovens, em especial, foram fundamentais para tirar um regime extremista do poder, mostram que não é uma batalha perdida, ainda que desigual, já que parte significativa do poder econômico encampa o extremismo, contanto que seus lucros fiquem intactos ou aumentem. Também nos Estados Unidos, mesmo com o avanço do campo trumpista, o direito ao aborto foi reafirmado em todos os estados que fizeram referendo após a Suprema Corte ter revertido o precedente Roe v. Wade, que assegurava a interrupção da gravidez como um direito constitucional. Agora, os republicanos temem que a questão surja na eleição presidencial por entenderem que ela beneficiaria os democratas, favoráveis ao direito. Lembrando ainda que hoje a maioria do país vive em áreas em que o uso recreativo da maconha, outro "espantalho" da extrema direita, é legalizado. São alguns exemplos de que não há derrotas irreversíveis nestes ciclos curtos da política. (...) (Outras Palavras) A sigla LGBTQIA representa: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer - termo que se refere a pessoas que não se identificam com os padrões tradicionais de gênero e sexualidade - , Intersexuais, Assexuais. Demais orientações sexuais e identidades de gênero. (Internet)

4-USAID SOB CONTROLE. Musk assume controle da bilionária USAID: "Organização criminosa". Reorganização liderada pelo bilionário Elon Musk e Trump afeta bilhões em ajuda externa. Por Alexandre Borges. A USAID, responsável pela gestão de aproximadamente US$ 40 bilhões em ajuda externa no ano passado, enfrenta agora uma reorganização que inclui cortes de custos e revisão de prioridades. O presidente Donald Trump elogiou Musk por sua postura firme. (...) (O Antagonista)

(*) José Aparecido Miguel, jornalista, diretor da Mais Comunicação-SP,
trabalhou em todos os grandes jornais brasileiro - e em todas as mídias.
E-mail: [email protected]