O sincretismo religioso é um fenômeno cultural e espiritual que ocorre quando diferentes tradições religiosas se fundem, originando novas práticas e crenças. Essa mistura não implica o abandono total das religiões originais, mas sim uma integração, geralmente impulsionada por contextos históricos de contato, colonização ou convivência entre povos com crenças distintas.
No Brasil, o sincretismo religioso é uma marca evidente da cultura nacional, resultado da interação entre religiões indígenas, o catolicismo trazido pelos colonizadores portugueses e as tradições africanas introduzidas pelos povos escravizados. Um exemplo claro dessa fusão é a umbanda, que reúne elementos do catolicismo, espiritismo e crenças africanas e indígenas.
Da mesma forma, o candomblé associa orixás — divindades de origem africana — a santos católicos. No dia 20 de janeiro, muitos católicos cultuaram São Sebastião, mas, os praticantes do candomblé fizeram suas oferendas para Oxóssi, responsável pela caça, já que São Sebastião é o protetor da humanidade contra a fome, a peste e a guerra. No último domingo, 2 de fevereiro, os católicos celebraram o dia de Nossa Senhora dos Navegantes, também conhecida como Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Boa Viagem; Nossa Senhora da Boa Esperança e Nossa Senhora da Esperança. Já nas matizes africanas, o dia é de culto a Iemanjá, a rainha do mar.
Em um país como o Brasil, onde a mistura e miscigenação de crenças e etnias foi bastante significativo ao longo da sua história de colonização e emancipação, o respeito religioso deve ser uma obrigação e não um favor.
Se temos aqui a junção do catolicismo português com as crenças africanas, nada mais justo do que respeitar e aceitar a religiosidade escolhida por cada um. Afinal, se somos todos brasileiros, não se deve ter discriminação pela fé em que acredita.
A busca por igualdade não se dá apenas por gênero, como também por religiosidade, um dos itens onde as pessoas mais discriminam por pura ignorância ou mesmo por perversão e perseguição, para maltratar e menosprezar o próximo.
Independente de sua fé, o seu Deus não gostaria de ver um servo magoar outro. Assim, quanto mais respeitarmos as crenças dos outros, melhor seremos uma nação unida e respeitosa.