Um recente levantamento do site G1 sobre como estavam distribuídas as verbas do chamado orçamento secreto que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino mandou bloquear reforça algumas visões e preconceitos dos políticos brasileiros.
Dos mais de R$ 7 bilhões bloqueados, apenas R$ 2 bilhões, meros 0,03%, eram para obras de saneamento. Evidencia aquela ideia de que, de fato, políticos não dão valor a obras de saneamento, porque é "dinheiro enterrado no chão", que não fica visível.
É uma visão completamente equivocada. Além de extremamente necessárias, obras de saneamento têm efeito óbvio sobre o bem-estar e a qualidade de vida das populações. Ao contrário, os retornos políticos para uma sociedade que passa a ter água encanada, esgoto e não sofrer com inundações são mais do que visíveis. Não é dinheiro enterrado.
No DF, há uma boa notícia. Um dos maiores investimentos do atual governo é em uma obra enterrada no chão: o Drenar DF. Uma obra que promete acabar com os transtornos que a todo ano acontecem na Asa Norte no período das chuvas. Enterradas no chão, as obras seguem por toda a extensão por trás do estádio Mané Garrincha até a beira do Lago Norte.
Onde terminarão em um parque. Talvez aí uma maneira inteligente de unir o que é invisível - mas só à primeira vista - com o que é literalmente vistoso e arborizado.