O casal de agricultores Ivete Justina Marques e Mauro Vieira Marques viveu o drama da enchente de 2024 no município de Encantado, no Vale do Taquari. Foram 17 horas sobre o telhado da casa, sem possibilidade de sair daquela situação. "A gente estava com pensamento que ia morrer, passamos de uma residência para outra, ficamos um ano fora de casa. Hoje a gente pensa de forma mais tranquila o que pode construir ainda", relata Vieira. O agricultor acredita que as ações do Programa de Desassoreamento do Rio Grande do Sul (Desassorear RS) irão minimizar os impactos provocados por futuras cheias dos rios.
O Desassorear RS é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur), e integra o Plano Rio Grande, programa de Estado liderado pelo governador Eduardo Leite, criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
"Agora com o desassoreamento estamos mais seguros, a água que passa no arroio tem mais profundidade. A gente queria ir embora, isolar tudo isso aqui, vender e ir embora. Hoje a gente está pensando com mais tranquilidade, o rio está mais tranquilo, a ponte é mais alta, tem vazão de água. Quem viu um ano e pouco atrás para hoje, é o dia e a noite", compara Marques.
Em todo o Rio Grande do Sul, o Desassorear RS já removeu mais de 2,9 milhões de metros cúbicos de sedimentos. Somente no Vale do Taquari foram retirados 660 mil metros cúbicos. Dos 32 municípios contemplados na região, em 21 os trabalhos estão em execução ou foram concluídos.
Segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Encantado, José Caetano Turatti Ost, o desassoreamento foi fundamental para garantir mais segurança à população. Na cidade, 42.544,61 mil metros cúbicos de sedimentos foram removidos.
"Foi trabalhado em cima dos arroios Argoleta e Jacarezinho, no bairro Jacarezinho/Auxiliadora. Vamos chegar também ao centro, no arroio Lambari, um ponto importante da cidade onde milhares de pessoas trafegam. Nós de Encantado somos muito gratos a todo esse apoio. As pessoas ficam felizes quando as máquinas estão operando, a gente vê isso no olhar", afirma Ost.