Por: Ana Laura Gonzalez - SP

FecomercioSP defende expansão gradual da licença-paternidade

No mês dedicado aos pais, o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis) reforça o debate sobre os desafios da paternidade e defende a ampliação da licença, que hoje está em apenas 5 dias. De acordo com levantamento do Sindilegis, estão em tramitação no Congresso Nacional Projetos de Lei que tratam sobre o tema, inclusive, um deles (6216/2023) está em estágio avançado de negociação na Câmara e já tem condições de ir à plenário. No Senado, também tem um projeto em tramitação. | Foto: Pixbay/ Skalekar1992

Em votação realizada no dia 4 de novembro, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 3.935/2008, que amplia gradualmente a licença-paternidade de cinco para 20 dias, com custeio da Previdência Social. De autoria do Senado, o projeto retorna agora à Casa de origem para análise das alterações feitas pelos deputados.

O projeto prevê que a ampliação seja feita de forma escalonada, permitindo às empresas um período de adaptação às novas regras. Atualmente, a legislação brasileira estabelece cinco dias de licença para os pais, com possibilidade de extensão por acordos coletivos ou adesão a programas como o Empresa Cidadã.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e sindicatos filiados têm participado das discussões sobre a medida, destacando os impactos do aumento da licença sobre empresas, especialmente pequenas e médias, que representam mais de 90% dos negócios do país. A entidade defende que a ampliação ocorra de forma gradual, para garantir equilíbrio entre avanço social, segurança jurídica e viabilidade econômica.

Segundo a FecomercioSP, a proposta aprovada parcialmente atende a sugestão de expansão gradual para 15 dias, com custos arcados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Federação afirma que o escalonamento é essencial para que as empresas possam adaptar suas rotinas e evitar sobrecarga operacional ou queda de produtividade.

O debate sobre a licença-paternidade também envolve questões de equidade de gênero e corresponsabilidade nos cuidados parentais. A legislação vigente já permite que empregadores ampliem voluntariamente o período de afastamento do pai, mas a nova proposta estabelece um patamar mínimo alinhado à média de países desenvolvidos, que varia de 11 a 15 dias, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A FecomercioSP afirma que seguirá acompanhando a tramitação do projeto no Senado, defendendo que quaisquer ampliações adicionais ocorram de forma escalonada e responsável, compatibilizando proteção social e sustentabilidade das empresas.