Vinte e dois estudantes da rede pública de São Paulo participaram da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), realizada em Brasília e em Luziânia (GO), como etapa preparatória para a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém, em novembro. Durante o evento, os alunos contribuíram para a elaboração de uma carta coletiva, que será entregue a líderes internacionais, reforçando compromissos com a educação ambiental, a justiça climática e a proteção da biodiversidade.
A participação paulista destacou a diversidade de escolas e territórios do estado. Os alunos e professores enfatizaram a necessidade de combater o racismo ambiental, que afeta populações vulneráveis, quilombolas e indígenas, e de fortalecer a união e o sentimento de pertencimento para enfrentar os desafios climáticos. A professora de geografia Andréia Cardoso, representante da Subsecretaria Pedagógica (Suped) da Seduc-SP, explicou que os estudantes organizaram a distribuição de mais de 25 tipos de sementes nativas durante a Feira de Projetos, incluindo jequitibá, coentro, quiabo, olho de boi, ipê, jerivá e pajuçara.
"Cada estudante levou consigo um pouco do que aprendeu e viveu em sua escola e comunidade. Eles apresentaram sementes de suas regiões, compartilharam com todas as delegações e explicaram a origem e as características de cada espécie. Foi uma experiência significativa para nossos alunos", afirmou a professora.
A estudante Heloísa Maria dos Santos Lourenço, de 14 anos, do 9º ano da Escola Estadual Loureiro Júnior, na zona leste de São Paulo, disse que a conferência trouxe consciência sobre a necessidade de se apropriar de estratégias de sustentabilidade e refletir sobre o futuro do planeta. "Acima de tudo, o que fica é que é preciso ter empatia pelos grupos mais vulneráveis às mudanças climáticas", ressaltou.
A carta elaborada coletivamente pelos jovens reafirma o compromisso com a valorização de saberes ancestrais e científicos, a proteção das pessoas e do planeta, e a promoção da equidade e inclusão. Entre os pontos principais, estão o apoio a povos indígenas.