O agronegócio paulista manteve desempenho positivo no comércio exterior nos nove primeiros meses de 2025, registrando um superávit de US$ 16,81 bilhões na balança comercial. O saldo resulta de exportações que somaram US$ 21,15 bilhões contra importações de US$ 4,34 bilhões no mesmo período.
De acordo com análise da Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o setor representou 40,3% de todas as exportações paulistas entre janeiro e setembro deste ano. No sentido oposto, as importações do agronegócio corresponderam a apenas 6,6% do total adquirido pelo estado no exterior.
Principais produtos exportados
Cinco grupos responderam por 75,4% das exportações do agro paulista:
Complexo sucroalcooleiro (29,9%): com US$ 6,32 bilhões, sendo 92,1% em açúcar e 7,9% em etanol;
Carnes (14,9%): US$ 3,15 bilhões, com carne bovina representando 84,9%;
Produtos florestais (10,5%): US$ 2,21 bilhões, com destaque para celulose (54,5%) e papel (36,4%);
Sucos (10,2%): US$ 2,15 bilhões, com suco de laranja respondendo por 97,7%;
Complexo soja (9,9%): US$ 2,10 bilhões, com soja em grãos (80,8%) e farelo (14%).
O café apareceu na sexta posição, com 6,4% de participação e US$ 1,35 bilhão em exportações.
Destinos e impacto do tarifaço
A China segue como principal destino dos produtos do agro paulista, com 24,2% de participação nas exportações, seguida pela União Europeia (14,4%) e Estados Unidos (12,7%).
As vendas para os EUA totalizaram US$ 2,69 bilhões até setembro, com crescimento de 13% em relação ao mesmo período de 2024. No entanto, o avanço foi registrado nos sete primeiros meses do ano. Em agosto e setembro, as exportações recuaram 14,2% e 32,7%, respectivamente, refletindo os impactos do tarifaço de 50% imposto pelo governo americano a partir de 6 de agosto.
Os principais produtos atingidos pelas novas tarifas foram carnes, café e produtos florestais. Já o grupo de sucos, isento da sobretaxa, manteve crescimento e respondeu por 34% das vendas ao mercado norte-americano.
Segundo o diretor da Apta, Carlos Nabil Ghobril, parte dos embarques foi redirecionada para China, México e Argentina, o que ajudou a mitigar os impactos. “O volume foi reduzido menos do que o esperado inicialmente, mas acabou sendo redirecionado para outros países”, afirmou.
Participação no agro nacional
No contexto brasileiro, o agronegócio paulista se manteve como segundo maior exportador do setor no país, com 16,7% de participação, atrás apenas do Mato Grosso (17,4%). Em terceiro lugar aparece Minas Gerais, com 11,5%.