A força-tarefa do Governo de São Paulo fechou uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo que distribuía bebidas adulteradas com metanol a bares e outros estabelecimentos comerciais. A ação ocorreu após investigação da Polícia Civil, iniciada com a morte da primeira vítima por intoxicação, que consumiu uma bebida contaminada em 12 de setembro e faleceu quatro dias depois. Peritos detectaram metanol em oito das nove garrafas apreendidas no bar, com concentrações entre 14,6% e 45,1%.
Ao todo, 300 garrafas foram analisadas pela Polícia Científica, e 50% apresentaram altos níveis de metanol. Uma mulher foi presa por adulteração; o marido, também envolvido, não estava na fábrica, mas já havia sido detido anteriormente por falsificação de produtos alimentícios. Segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, os casos podem ter origem em etanol adquirido em posto de combustível adulterado com metanol, substância proibida e altamente tóxica.
O dono do bar onde a vítima consumiu a bebida confessou ter comprado os produtos de uma distribuidora não autorizada. As investigações apontam que a empresa utilizava etanol de posto de combustível, contaminado com metanol, na produção irregular das bebidas. "Hoje, foi a maior resposta que tivemos até aqui. O próximo passo é investigar os postos que venderam o etanol adulterado", afirmou Derrite.
Para intensificar o combate, o governo paulista instaurou, em 30 de setembro, um gabinete de crise coordenado pelas secretarias da Saúde, Segurança Pública, Fazenda, Justiça, Desenvolvimento Econômico, Comunicação e vigilâncias sanitárias municipais. Entre as ações estão a interdição cautelar de estabelecimentos suspeitos e o recolhimento de garrafas para perícia.
A força-tarefa busca rastrear toda a cadeia de distribuição, identificar fornecedores e coibir a comercialização de bebidas adulteradas. O caso evidencia os riscos do consumo de produtos fabricados fora de padrões legais, reforçando a importância da fiscalização e da atuação integrada do governo. Autoridades alertam para que consumidores evitem adquirir bebidas fora de estabelecimentos credenciados.