O Governo do Rio intensificou o combate aos estaleiros irregulares no entorno da Baía de Guanabara. Na segunda-feira (10), ação da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), com o apoio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e do Comando de Polícia Ambiental, interditou um dos maiores estaleiros que realizavam ilegalmente o desmanche de navios às margens da Baía.
A empresa, que operava como uma espécie de ferro-velho marítimo, não tinha licença ambiental e provocava contaminação do solo e lançamento de resíduos tóxicos na Baía. Ela poderá ser multada entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões.
Durante a operação, nove pessoas foram notificadas, incluindo o gerente da empresa, que foi encaminhado à delegacia para responder criminalmente. Entre as infrações ambientais constatadas estão: poluição do solo por vazamento de óleo; poluição hídrica da Baía de Guanabara; descomissionamento ilegal - desativação de embarcações sem licença ambiental; acondicionamento irregular de produtos perigosos.
Em agosto de 2024, o Inea já havia notificado a empresa para interromper as atividades devido a irregularidades na licença. A empresa tinha apenas permissão municipal para reparo de embarcações, mas estava executando desmanche ilegal de navios.
"O Governo do Estado tem sido duro e implacável contra esses crimes ambientais. Pela segunda vez estamos fechando essa espécie de ferro-velho de navios, que muitas vezes jogam peças obsoletas no mar, além de outros poluentes. Estamos promovendo um intenso trabalho de despoluição da Baía de Guanabara, e a fiscalização e inteligência são essenciais para atingirmos essa meta", disse o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
Investigação
A operação teve início após uma denúncia ao Inea, que mobilizou seu Núcleo de Inteligência para monitorar o local por três semanas. Os agentes constataram a retirada de peças de navios sem qualquer medida de segurança ambiental, expondo também os trabalhadores a materiais tóxicos.
Os operários utilizavam maçaricos e fogo para cortar as estruturas de aço, liberando grandes quantidades de óleo na água, formando manchas de poluição que se espalhavam por dezenas de metros na Baía.
Segundo o Inea, cada navio pode conter entre 20 mil e 30 mil litros de resíduos contaminantes, incluindo óleos lubrificantes, mercúrio, amianto e chumbo.