Por:

Petrobras assume Espaço de Cinema da rua Augusta

Por Arthur Dagir

O Espaço Augusta de Cinema, cinema de rua localizado na Rua Augusta, em São Paulo, inaugurou o novo espaço para a apresentação de seu novo patrocinador: a Petrobras. Com a nova parceria de naming rights, o local agora é Espaço Petrobras de Cinema. A estatal retornou com força a participação no fomento ao cinema brasileiro. Nos dois últimos anos, ela voltou como patrocinadora master da Mostra de Cinema de SP e retomou sessões especiais "Vitrine Petrobras", projeto mensal que visa ampliar a distribuição de filmes nacionais em cinemas comerciais.

Nos últimos 30 anos, o local - um reduto da cinefilia paulistana - teve o patrocínio de um banco privado. Porém, em abril do ano passado, o banco vendeu parte da operação dos cinemas para a Cinesystem. "Parte", pois a unidade da Augusta ficou sob o comando de Adhemar de Oliveira, importante figura da cena cinematográfica paulistana.

Após menos de um ano com o nome "Espaço Augusta de Cinema", o local se prepara para uma nova fase.

Desde dezembro do ano passado a direção do cinema já estava colocando um novo letreiro com o logo da Petrobras. Isso gerou um burburinho nas redes sociais, especulando que a empresa seria a nova patrocinadora. O espaço em si não mudou radicalmente. A livraria e o café continuam os mesmos, assim como a excelência das exibições nas salas.

O novo patrocínio e a revitalização do Espaço refletem a resistência que os cinemas de rua têm passado em SP. No ano passado o Cine Belas Artes, um símbolo da cidade, perdeu seu patrocinador, após cinco anos de parceria. Não demorou muito para que fantasmas do passado retornassem de quando, em 2011, o cinema perdeu o patrocínio e ficou fechado por três anos até conseguir um novo patrocinador.

O Augusta também tem as suas batalhas. Desde 2022, ocorre um imbróglio na Justiça de SP. Naquele ano, foi autorizada a demolição de duas salas do anexo do Espaço, localizado no lado oposto da Rua Augusta, para a construção de um empreendimento imobiliário. A comoção contra o fechamento na época foi tanta, que frequentadores se mobilizaram e juntaram 50 mil assinaturas em um abaixo-assinado contra a demolição do local.

Em dezembro do ano passado, a demolição foi novamente autorizada pelo município e logo depois, no último dia 6 de janeiro, foi revogada novamente em decisão liminar.

Só o futuro reservará as cenas dos próximos capítulos dessa cruzada dos cinemas de rua na maior metrópole do Brasil. Até lá, enquanto houver apoio como o da Petrobras, eles resistirão.