O Governo do Estado de São Paulo promove mais um leilão público de carros e motos, cuja sessão será realizada de forma virtual nesta quinta-feira, 18 de dezembro. Os interessados podem visitar os veículos disponíveis até esta quarta-feira, 17 de dezembro, das 9h às 15h, no pátio localizado em Suzano. Ao todo, estão à disposição 730 veículos aptos a circular e 47 sucatas aproveitáveis, que podem servir como peças sobressalentes. Entre os destaques do leilão estão uma moto Honda XRE, de 2018, com lance inicial de R$ 900, e uma SUV Chevrolet Trailblazer, de 2016, cujo lance parte de R$ 39,9 mil. Outros modelos incluem Toyota Hilux SW4, Fiat Ducato Minibus, Volkswagen Kombi e Mitsubishi L200 Triton, com lances a partir de R$ 4,2 mil.
O edital do leilão informa que os veículos em condições de circulação podem voltar a trafegar em vias públicas, cabendo ao comprador o registro junto ao órgão de trânsito e o pagamento das taxas correspondentes. A retirada dos automóveis, motos, caminhonetes e caminhões deve ser feita entre 26 de dezembro deste ano e 13 de janeiro de 2026, mediante agendamento prévio. O documento ressalta que não há responsabilidade do leilão sobre as peças dos veículos e que o comprador deve estar ciente do estado mecânico dos produtos, não sendo aceitas reclamações posteriores.
A participação no leilão exige atenção a restrições legais. Pessoas físicas ou jurídicas suspensas ou impedidas de contratar com a administração pública, consideradas inidôneas por órgãos oficiais, vinculadas aos organizadores do pregão ou com histórico de crimes ambientais, improbidade administrativa, corrupção ou descumprimento da Lei de Acesso à Informação estão proibidas de ofertar lances. A lista de impedimentos inclui ainda punições aplicadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Especialistas alertam que a compra de veículos em leilões públicos requer análise cuidadosa do estado de conservação e da procedência. Otávio Massa, advogado tributarista, explica que esses automóveis podem ser apreendidos, abandonados ou provenientes de órgãos públicos que já não os utilizam, sendo vendidos para reutilização ou como sucata. “Os veículos são vendidos no estado em que se encontram, sem garantias quanto ao funcionamento, e o arrematante assume todos os riscos”, afirma Massa. Luciana Félix, especialista em mecânica de automóveis, destaca que a burocracia pode ser um obstáculo, especialmente em casos de apreensão, quando é necessária assistência jurídica para regularizar a documentação.
Leilões particulares e públicos diferem em origem e garantias. Os pregões privados geralmente envolvem veículos de seguradoras, locadoras ou empresas com frotas reduzidas, enquanto os públicos incluem carros apreendidos, confiscados ou abandonados pela Receita Federal. Segundo Ronaldo Fernandes, especialista em leilões da SUIV, é essencial identificar se o veículo será destinado a circulação, restauração ou exclusivamente para desmanche. Veículos com danos extensos podem ser vendidos apenas como sucata, sem documentação para circular.
A avaliação prévia dos automóveis considera valor comercial, estado de conservação e possibilidade de recuperação. Thiago da Mata, CEO da plataforma Kwara, explica que veículos com débitos superiores ao valor de mercado ou em condições críticas podem ser destinados ao desmanche. Já aqueles com valor residual significativo são oferecidos no leilão para circulação ou recuperação. Em todos os casos, carros destinados a desmanche têm o número de chassis cancelado, tornando impossível sua circulação.
Especialistas enfatizam a importância da inspeção presencial ou, quando inviável, por vídeo chamada, para analisar bancos, painéis, volante, quilometragem, bateria e demais itens mecânicos. Luciana Félix recomenda a análise de histórico de manutenção e documentação, além de registrar tudo com fotos. Thiago da Mata alerta que verificar débitos, bloqueios e condições de regularização é fundamental, já que a responsabilidade por esses aspectos varia conforme o leilão.
Para quem participa pela primeira vez, é indicado ler o edital com atenção, conferir a procedência do veículo, estabelecer um orçamento máximo, inspecionar o automóvel e considerar participação em pregões menores antes de ofertas mais altas. A atenção a detalhes mecânicos, jurídicos e financeiros pode reduzir riscos e garantir que a experiência seja positiva, evitando fraudes e prejuízos.