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Inovação, acolhimento e prevenção

O câncer de mama continua a ser um dos maiores desafios à saúde pública no Brasil, com estimativas de que o país registre cerca de 73.610 novos casos da doença em 2025, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Em 2023, mais de 20 mil mulheres morreram em decorrência da enfermidade, com as regiões Sul, Sudeste e Nordeste apresentando as maiores taxas de mortalidade. Diante deste cenário, especialistas se reuniram na Fiesp, no dia 13 de outubro, para discutir os avanços no diagnóstico e tratamento da doença, além de estratégias de prevenção e reabilitação.

A presidente do Conselho Superior Feminino (Confem) da Fiesp, Marta Livia Suplicy, abriu o evento destacando a importância de ações como doações de perucas e lenços, mas reforçando que o Outubro Rosa deve ser apenas um dos momentos para refletir sobre a prevenção e o tratamento do câncer de mama ao longo do ano. "Precisamos pensar no assunto e agir os 365 dias do ano", afirmou Marta. Durante o debate, a CEO da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), Simone Reis, enfatizou os avanços no diagnóstico precoce, como a mamografia 3D (tomossíntese), que oferece uma visão mais detalhada das mamas e aumenta em até 30% a chance de detectar o câncer. Segundo Simone, o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura em até 95%, o que torna fundamental a realização de exames regulares.

O evento também abordou as inovações no tratamento da doença, como terapias-alvo, imunoterapia e procedimentos minimamente invasivos, além do crescente uso de análises genéticas para diagnósticos mais precisos. A fisioterapeuta Giani Fonseca, fundadora do projeto FisioOnco, que oferece reabilitação gratuita a pacientes mastectomizadas do Sistema Único de Saúde (SUS), relatou que o projeto já atendeu mais de 100 mulheres, muitas das quais não foram diagnosticadas precocemente devido ao medo de realizar os exames preventivos quando tiveram oportunidade.