A Região Metropolitana de Campinas (RMC) gerou 1.393 empregos com carteira assinada em outubro de 2025, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego. O número representa cerca de 7,5% do total de vagas criadas no Estado de São Paulo no mês. Apesar do resultado positivo, o desempenho revela forte desaceleração: no mesmo período de 2024, o saldo havia sido de 2.927 vagas, uma queda superior a 52%.
Tendência regional
O setor da construção civil liderou a geração de postos de trabalho na RMC, respondendo por 608 novas vagas — mais de 43% do saldo total. Mesmo assim, analistas apontam que o ritmo geral das contratações foi menor do que o esperado para o período, especialmente em municípios de grande porte e economia diversificada. Em toda a região, foram registradas 57.041 admissões e 55.648 desligamentos em outubro.
Municípios
Das 20 cidades que compõem a RMC, 11 apresentaram saldo positivo de emprego: Paulínia, Holambra, Sumaré, Americana, Engenheiro Coelho, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Santo Antônio de Posse e Vinhedo. Juntas, essas localidades foram responsáveis por sustentar o resultado regional, impulsionadas principalmente pela construção civil, logística e serviços.
Outras nove cidades fecharam o mês com saldo negativo, incluindo Campinas, que registrou a maior queda, com -318 vagas.
Também apresentaram retração Artur Nogueira, Cosmópolis, Hortolândia, Morungaba, Nova Odessa, Pedreira, Santa Bárbara d'Oeste e Valinhos. O comportamento desigual entre os municípios evidencia diferentes dinâmicas econômicas e níveis de investimento, refletindo variáveis como estrutura produtiva, capacidade de atração de novas empresas e sensibilidade de cada setor às oscilações econômicas.
Em muitos casos, a queda está ligada à redução temporária de contratos, ajustes sazonais e menor atividade em áreas como serviços e indústria.
Queda no ritmo
Embora o saldo geral da RMC permaneça positivo, a desaceleração significativa liga um sinal de alerta. A perda de ritmo na criação de vagas formais pode indicar menor confiança dos setores produtivos e um cenário econômico mais cauteloso. Especialistas que acompanham os dados do CAGED apontam que a região depende, cada vez mais, de programas de qualificação profissional, estímulo à inovação e atração de novos empreendimentos para retomar o vigor observado em anos anteriores.
A diversidade econômica da RMC, historicamente uma fortaleza, pode ajudar na recuperação se houver continuidade de políticas de incentivo e fortalecimento da infraestrutura regional. A expectativa é que setores como tecnologia, construção e serviços avancem de forma consistente nos próximos meses, absorvendo mão de obra e reequilibrando os índices municipais.