Por: Moara Semeghini - Campinas

Câmara de Campinas aprova criação de 105 novos cargos com impacto ao menos R$ 20 milhões no orçamento

O presidente da Câmara, Luiz Rossini, durante a 77ª Reunião Ordinária nesta quarta-feira | Foto: Reprodução

Os vereadores de Campinas (SP) aprovaram na noite desta quarta-feira (10), em segunda e última votação, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. O orçamento previsto para o próximo ano chega a R$ 11,7 bilhões para as administrações direta e indireta, um aumento de 8,5% em relação ao valor autorizado para 2025. A proposta recebeu seis votos contrários e agora segue para promulgação do prefeito.

Entre as pautas em votação, os vereadores também aprovaram o projeto que reorganiza a estrutura administrativa da Câmara e amplia o número de cargos comissionados. O impacto financeiro previsto é de pelo menos R$ 20 milhões adicionais por ano. O texto autoriza a criação de 105 novas funções, sendo 99 destinadas aos gabinetes, elevando de cinco para oito o número de assessores que cada um dos 33 vereadores poderá contratar. As vagas terão remuneração de R$ 8.500. A documentação que acompanha a proposta indica que as mudanças começam a valer até 30 dias após a sanção e publicação da nova lei. 

Além disso, foram instituídos seis cargos voltados ao suporte das comissões permanentes: cinco assessores com salário de R$ 10 mil e um subsecretário de apoio às comissões, cuja remuneração será de R$ 32 mil. A nova estrutura deverá ser implantada em até 30 dias após a publicação da lei.

A proposta, assinada por 27 vereadores, passou com ampla maioria e redefine o tamanho das equipes parlamentares, ampliando a máquina interna do Legislativo e formalizando o aumento do quadro de assessores.

Impacto orçamentário

O estudo técnico que acompanha o projeto estima que a reestruturação custará R$ 20,89 milhões em 2026, o equivalente a 8,16% do orçamento anual da Casa. Para 2027, a despesa projetada sobe para R$ 21,9 milhões e, em 2028, chega a pelo menos R$ 20 milhões. A Câmara afirma que, mesmo com a ampliação, o gasto com pessoal permanecerá dentro dos limites definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A projeção indica que o peso relativo da despesa tende a cair diante do crescimento esperado da receita.

O texto também reorganiza o trabalho das comissões permanentes, que passarão a contar com apoio técnico adicional. Segundo parlamentares, as mudanças atendem recomendações do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que tem cobrado maior qualificação dos Legislativos municipais no acompanhamento de políticas públicas, metas e indicadores. Parecer jurídico interno concluiu que o projeto está regular e apto para aprovação.

Em nota, a Câmara afirmou que a reestruturação faz parte de um processo mais amplo de modernização administrativa conduzido com apoio da consultoria FIA/USP. O estudo utilizado como referência aponta que Campinas tem, proporcionalmente, menos cargos comissionados que outras cidades do mesmo porte, como Guarulhos, São Bernardo do Campo e Osasco.

A Casa também argumenta que o crescimento da população e a complexidade crescente das demandas exigem uma equipe técnica maior. Somente no primeiro semestre de 2025, foram protocolados mais de 8,3 mil documentos — incluindo projetos de lei, moções, requerimentos, indicações e emendas.