Por: Redação

Violência contra mulheres em Campinas cresce 12% em um ano

No estado de SP, foram registrados 207 feminicídios entre janeiro e outubro, aponta SSP | Foto: Freepix

O registro de casos de violência contra mulheres adultas residentes em Campinas aumentou 12% na comparação entre 2023 e 2024. Os dados são do 18º Boletim Sisnov (Sistema de Notificação de Violência em Campinas), divulgado nesta quarta-feira (3) e referem-se a moradoras do município, independente da cidade de ocorrência. As mulheres adultas concentram a maior parte dos casos. Foram 1.777 notificações de violência contra mulheres de 18 a 59 anos no ano passado. Em 2023 foram 1.585 - alta de 12%. No acumulado do período 2019-2024, foram contabilizados 6.818 registros.

2025 já é o ano com maior número de feminicídios na capital paulista

Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) revelam que entre janeiro e outubro de 2025 foram registrados 53 casos de feminicídio na capital paulista. Este é o maior índice anual desde 2018, mesmo sem contabilizar os meses de novembro e dezembro.

Em todo o estado de São Paulo, foram registrados 207 feminicídios entre janeiro e outubro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 191. Um aumento, portanto, de 8% considerando os dez primeiros meses do ano.

O crime de feminicídio foi tipificado em lei federal em março de 2015. A partir disso, os casos começaram a ser contabilizados separadamente de outros tipos de homicídio. A lei considera feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, e menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima. As penas para o crime variam de 12 a 30 anos de prisão. (Agência Brasil)

Sisnov

De acordo com o documento, cônjuges ou ex-cônjuges são responsáveis por 42,1% das violências notificadas contra mulheres.

Segundo Ana Paula Crivelaro Ferreira, uma das responsáveis pelo boletim, o aumento das notificações não se deve exclusivamente a um crescimento das violências. “Temos serviços mais sensíveis, preparados e conectados ao tema, capazes de reconhecer situações que antes passavam despercebidas. Esse avanço é fruto da dedicação na formação, do apoio técnico contínuo e do amadurecimento da rede. Graças a esse trabalho permanente, muitos casos antes invisíveis agora são devidamente registrados, fortalecendo a qualidade do cuidado e a vigilância das violências”, afirma Ana Paula.

A Secretaria de Políticas para as Mulheres, junto com outras pastas municipais e em colaboração com instituições de âmbitos estadual e federal e da sociedade civil, tem avançado com a realização de ações e projetos previstos no Plano Nacional de Combate à Violência contra a Mulher e no desenvolvimento de novas políticas públicas. “Também atuamos na divulgação e conscientização nos territórios de Campinas em relação ao Ceamo (Centro de Referência e Apoio à Mulher) em parceria com empresas privadas e coletivos femininos", comentou a secretária Alessandra Hermann.

Dados gerais

A rede de notificação do Boletim Sisnov é intersetorial, composta pelas Secretarias de Saúde, de Políticas para as Mulheres, Desenvolvimento e Assistência Social, Educação e Segurança Pública, além de serviços da Unicamp, hospitais e unidades de pronto atendimento conveniados e privados e os conselhos tutelares.

A Secretaria Municipal de Saúde registrou, no último ano, 2.174 notificações, sendo 1.674 provenientes da Rede de Urgência e Emergência Mário Gatti e 503 de unidades de saúde. O segundo maior grupo de notificadores foi da Secretaria da Assistência Social, responsável por 825 registros, sendo 578 notificações realizadas pelas unidades conveniadas e 247 notificações por unidades próprias.

Crianças

Em 2024, 707 notificações de violência contra crianças e adolescentes foram registradas. Número equivalente a 2023, com 708 casos.


Relatório

O relatório completo do 18º Boletim Sisnov está disponível no link https://campinas.sp.gov.br/secretaria/saude/pagina/notificacao-de-violencia 

As informações são da Prefeitura de Campinas e da Agência Brasil