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Vereadoras repudiam acusações de violência

Por Moara Semeghini

Após a divulgação da denúncia, vereadoras de diferentes partidos se reuniram para preparar uma representação conjunta à Corregedoria da Câmara. As parlamentares Guida Calixto e Paolla Miguel (PT), Mariana Conti e Fernanda Souto (PSOL) e Débora Palermo (PL) publicaram notas oficiais repudiando as acusações, cobrando apuração rigorosa e providências do Legislativo.

Em manifestação compartilhada nas redes sociais, Guida Calixto e Paolla Miguel afirmaram que as denúncias configuram "um quadro grave e inaceitável de violência contra a mulher" e consideraram "revoltoso que um representante eleito para defender a população esteja envolvido em acusações dessa natureza". Elas defenderam rigor na apuração e reforçaram que "a credibilidade da vítima deve ser respeitada e protegida pelas instituições".

O grupo de vereadoras do PT listou quatro cobranças: abertura imediata de investigação, eventual responsabilização do parlamentar, posicionamento da Câmara e apoio integral à vítima.

A vereadora Débora Palermo (PL), colega de partido de Otto, também se manifestou publicamente. Ela afirmou sentir "profunda indignação diante das graves denúncias" e declarou que não há espaço para omissão: "Ainda que o vereador pertença ao mesmo partido que eu, é minha obrigação me manifestar. Não há espaço para conivência ou silêncio diante de qualquer forma de violência contra a mulher". Palermo disse esperar investigações com "agilidade, transparência e imparcialidade" e expressou solidariedade à vítima.

As vereadoras Mariana Conti e Fernanda Souto (PSOL) também integraram as articulações internas e afirmaram que o Legislativo não pode se omitir diante de denúncias dessa gravidade.

A Câmara Municipal ainda não informou se adotará medidas adicionais além da análise do pedido de Comissão Processante.

A Mariana Conti também cobrou uma resposta institucional da Câmara. Segundo ela, além do processo criminal baseado na Lei Maria da Penha, é imprescindível que o Legislativo aja: "A violência contra a mulher é uma realidade na vida de tantas mulheres, e está crescendo em Campinas. Há anos lutamos por políticas de prevenção e combate, e esta Casa precisa dar o exemplo." Conti afirmou que não é admissível que o vereador "deixe de ser punido internamente", e disse que as integrantes da Comissão da Mulher já discutem providências para garantir responsabilização. "Não podemos admitir a violência contra a mulher dentro desta Casa", concluiu.