A Prefeitura de Campinas está administrado um orçamento anual de R$ 10,8 bilhões, que foi aprovado pela Câmara Municipal para 2025, mas está devendo cerca de R$ 15 mil em horas extras, referentes aos meses de agosto e setembro, para os funcionários do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBea) - alvo frequente de denúncias de ONGs e protetores de animais (leia mais abaixo).
De acordo com a Secretaria de Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade (Seclimas), responsável pelo DPBea, são 11 funcionários que não receberam os devidos pagamentos referentes às horas extras de agosto, e nove trabalhadores, as de setembro. Por mês, a dívida remonta a cerca de R$ 7 mil. Ainda de acordo com o Executivo, o pagamento será realizado até o fim de novembro, e o atraso ocorreu devido à burocracia.
A vereadora Fernanda Souto (PSoL-SP) cobrou providências na sessão da Câmara Municipal da segunda-feira (3) e criticou a precarização do serviço na administração do prefeito Dário Saadi (Republicanos).
Em entrevista ao Correio da Manhã, a parlamentar afirmou: “esses trabalhadores já têm que conviver com a precariedade do departamento, com a insuficiência da política pública de proteção animal do município, insuficiência de exames, de medicamentos, uma infraestrutura precária, falta de servidores para dar conta da demanda. Por essa razão, questionamos o prefeito sobre essa situação absurda e esperamos que seja resolvido o mais rápido possível."
Já a Seclimas reforçou que, apesar do atraso, “o serviço permanece em pleno funcionamento, com equipes atuando regularmente para garantir o atendimento e o bem-estar dos animais”.
Para a vereadora, entretanto, o atraso evidencia a crise estrutural do DPBea. A parlamentar se refere às denúncias de ONGs, protetores independentes e do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas (STMC), que apontam instalações inadequadas (como infiltrações, problemas elétricos e banheiros sujos), falta de pessoal, incluindo veterinários, e ausência de área de isolamento para doenças contagiosas (com potencial de transmissão para humanos), infestação de ratos e medicamentos vencidos.