Por: Da Redação

Prefeitura comunica Interpol sobre obras de arte roubadas

Uma das obras de Matisse roubada da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo | Foto: Divulgação/Prefeitura de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo comunicou a Interpol, através da Polícia Federal, sobre o roubo de obras de arte na Biblioteca Mário de Andrade, ocorrido no último domingo (7). A administração municipal informou que quer evitar que os criminosos consigam enviar as gravuras para fora do país.

No documento encaminhado às autoridades federais e internacionais no próprio domingo, a Prefeitura anexou material contendo informações e registro fotográfico sobre todas as obras subtraídas.

A Interpol possui um aplicativo e um banco de dados global para auxiliar na busca e recuperação de obras de arte roubadas.

A Prefeitura também comunicou o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), através do Cadastro Nacional de Bens Musealizados Desaparecidos (CBMD), e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio do Banco de Bens Culturais Procurados. Além disso, a Prefeitura comunicou a Associação de Galeria de Artes do Brasil (AGAB).

Câmeras do Smart Sampa flagraram as ações dos criminosos na região central da cidade, a poucos metros da biblioteca. No registro, é possível ver dois homens carregando os quadros até um carro estacionado próximo dali. As imagens já estão em poder da Polícia Civil.

“As imagens do Smart Sampa estão auxiliando nas investigações para que possamos chegar o quanto antes até os criminosos e recuperar as obras”, destacou o prefeito Ricardo Nunes.

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa está acompanhando e ajudando nas investigações, com depoimento de testemunhas e imagens que possam ajudar na captura dos criminosos.

“A secretaria está auxiliando em todas as frentes. A direção da Biblioteca Mário de Andrade prestou todas as informações e continuamos acompanhando as investigações”, diz o secretário de Cultura, Totó Parente.

Autoridades buscam pistas

A Polícia Civil de São Paulo identificou os dois suspeitos envolvidos no roubo das 13 obras de arte subtraídas da Biblioteca Mário de Andrade, no centro da capital paulista, na manhã de domingo (7). O crime, que vitimou o patrimônio cultural público, mobilizou forças policiais, gerou alerta internacional e desencadeou uma operação para impedir que as gravuras deixem o país.

Segundo a investigação, dois homens armados invadiram o prédio histórico por volta das 10h, renderam uma vigilante e também um casal que visitava a exposição em cartaz. Em poucos minutos, os criminosos retiraram das molduras oito gravuras da série Jazz, do francês Henri Matisse, e cinco litografias de Cândido Portinari, incluindo peças da coleção Menino de Engenho. As obras integravam a mostra Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade, uma parceria entre a instituição municipal e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

Imagens do sistema municipal de monitoramento (Smart Sampa) captaram toda a ação, desde a entrada dos suspeitos até a fuga. Com base nos registros, a polícia conseguiu identificar os autores e localizar um dos carros utilizados no crime, que já foi apreendido e enviado para perícia. As buscas continuam para localizar o segundo suspeito e rastrear possíveis receptadores.

Diante do risco de que as obras sejam traficadas para o exterior — prática comum em casos de arte de alto valor —, a prefeitura acionou a Polícia Federal, que notificou a Interpol. O alerta internacional impede a exportação das peças e permite que museus, casas de leilão e galerias sejam avisados para bloquear qualquer tentativa de venda.

O caso chamou atenção pela relevância dos artistas envolvidos e pela ousadia do ataque. Matisse e Portinari têm mercado consolidado no mundo das artes, e a Biblioteca Mário de Andrade, além de seu acervo literário, atua como espaço de exposições e preservação cultural. 

As autoridades afirmam que a recuperação das obras é prioridade e que as investigações avançam com base nas imagens, perícias e possível rede de apoio dos suspeitos. Até o momento, nenhuma das gravuras foi encontrada.