Por: Da Redação

Mercado imobiliário em SP registra forte alta em outubro

Lançamentos de imóveis residenciais em outubro registraram um salto de 88,8% | Foto: Arquivo / Correio da Manhã

A capital paulista vive um momento de aquecimento no setor imobiliário. Segundo a mais recente divulgação da SecoviSP, sindicato que representa o segmento de habitação na cidade, os lançamentos de imóveis residenciais em outubro registraram um salto de 88,8% em relação ao mesmo mês do ano passado.

No total, foram lançadas cerca de 19,2 mil unidades no mês — um dos maiores volumes já verificados pela entidade.

Vendas também e crescem, mas ritmo de estoque aumenta

As vendas não ficaram para trás: em outubro, a comercialização de imóveis novos subiu 8,2%, alcançando aproximadamente 12,3 mil unidades.

No acumulado dos últimos 12 meses (novembro de 2024 a outubro de 2025), as vendas somaram 111,9 mil imóveis.

Apesar do crescimento nas vendas, o volume de lançamentos foi ainda maior — o que elevou o estoque de imóveis novos disponíveis para venda. Esse estoque cresceu cerca de 40% em um ano, chegando a 75,2 mil unidades.

A relação entre vendas e oferta (a velocidade de vendas), contudo, recuou: caiu de 17,5% no ano anterior para 14,1% em outubro.

Impacto de programas habitacionais no balanço

Boa parte desse movimento vem impulsionado pelo segmento popular. Em outubro, cerca de 65% dos lançamentos e 67% das vendas estavam enquadrados no programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV), o que representa, em termos absolutos, 12,5 mil unidades lançadas e 8,2 mil vendidas via esse programa.

Isso indica que o segmento econômico continua sendo a espinha dorsal do mercado residencial paulistano — pelo menos neste momento.

O que isso significa para o mercado e para compradores

A disparada de lançamentos indica que as incorporadoras estão com elevada confiança no mercado — talvez apostando em demanda futura ou aproveitando incentivos de financiamento e políticas habitacionais.

Mas o crescimento do estoque sugere que, apesar da alta nas vendas, a oferta está crescendo mais rápido — o que pode significar concorrência maior entre empreendimentos, possibilidade de negociações mais agressivas para quem compra, e até pressão para moderar preços dependendo da demanda.

A desaceleração na velocidade de vendas mostra que nem tudo que entra no mercado está sendo absorvido na mesma proporção — o ritmo de comercialização não acompanha a oferta. Isso pode trazer desafios de liquidez para construtoras.

Para quem busca imóvel, a conjuntura pode favorecer — mais oferta, possibilidade de melhor barganha, especialmente se o estoque continuar alto. Por outro lado, a valorização e o custo de financiamento devem ser acompanhados com cautela, sobretudo fora do segmento popular.