O Acre vive um dos momentos mais promissores de sua história econômica. Desde 2019, o estado tem registrado um crescimento expressivo nas exportações, impulsionado pelo fortalecimento do agronegócio e pela abertura de novos mercados internacionais.
Nos últimos seis anos (2019-2024), o Acre movimentou mais de R$ 1,8 bilhão em exportações, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Apenas em 2024, foram R$ 527,4 milhões, um crescimento de 90,6% em relação ao ano anterior.
O ritmo positivo continuou em 2025. Segundo dados oficiais do MDIC e sistema oficial para consulta e extração de dados do comércio exterior brasileiro (ComexStat), no primeiro semestre, as exportações somaram US$ 57,9 milhões, aumento de 19,1% em comparação ao mesmo período de 2024. Esses resultados refletem o fortalecimento de setores estratégicos, como soja, carne bovina, proteína suína, madeira e castanha-da-Amazônia.
"Novo momento"
"O Acre vive um novo momento. Estamos rompendo fronteiras e mostrando que é possível crescer com sustentabilidade e geração de empregos", afirmou o governador Gladson Camelí, sobre os dados da exportação.
De acordo com o secretário de Planejamento, Ricardo Brandão, o avanço é resultado direto das políticas implementadas pelo governo, que promoveu uma reestruturação no modelo produtivo acreano e estimulou a diversificação da economia.
"Até 2018 não se falava em agronegócio no Acre. Havia uma política muito restritiva. A partir de 2019, com o governo Gladson Camelí, houve um processo de flexibilização e criação de condições para que o estado pudesse discutir e implantar um agronegócio sustentável", destacou o secretário.
O secretário ressaltou, ainda, que o governo vem estimulando o comércio bilateral com o Peru e a expansão de novos mercados no exterior, o que vem fortalecendo o posicionamento do Acre como polo emergente da Região Norte.
"Os empresários acreditaram na proposta e se uniram ao governo nesse projeto. Hoje, o Acre já é reconhecido como exportador de grãos e proteína animal, sem deixar de lado seus produtos florestais tradicionais. E, em breve, deveremos iniciar exportações de café e cacau, novas cadeias produtivas que estão sendo incentivadas", concluiu.
Com esse avanço, o estado não apenas diversifica sua economia, mas consolida um modelo de crescimento sustentável e integrado à bioeconomia amazônica, combinando desenvolvimento econômico com conservação ambiental, já que 84% de suas florestas são preservadas.
Livre de aftosa
Um dos principais marcos desse avanço foi o reconhecimento internacional do Acre como zona livre de febre aftosa sem vacinação, obtido em 2021. A certificação, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), ampliou o acesso da carne bovina acreana aos mercados internacionais e impulsionou a cadeia da proteína animal.