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Comunidade reduz em 90% os incêndios no AC

O Acre implantou um modelo inédito de brigadas comunitárias dentro de unidades de conservação e alcançou uma redução superior a 90% nas queimadas nessas áreas. A iniciativa é coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar (CBMAC) e envolve moradores locais no enfrentamento direto aos incêndios e na prevenção.

O programa de Brigadistas Comunitários, o primeiro do país a formalizar a presença de equipes remuneradas em unidades de conservação estaduais, tem como foco integrar comunidades à proteção ambiental.

A brigada atua em ações preventivas, aplicando o conhecimento tradicional das populações da floresta para evitar queimadas. Essa articulação entre governo e sociedade fortalece a segurança ambiental e gera renda nas regiões atendidas.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, entre janeiro e o início de outubro de 2025, os focos de calor em áreas protegidas do estado caíram 97,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em 2024, foram registrados 261 focos em quatro unidades, número que diminuiu para apenas seis neste ano, distribuídos em três locais. A queda é resultado de ações integradas de prevenção, treinamento e monitoramento das áreas florestais.

Atualmente, o programa atua em cinco regiões: as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Igarapé São Francisco e Lago do Amapá, a Floresta Estadual do Antimary, o Complexo de Florestas Estaduais do Rio Gregório (Cferg) e a Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Japiim-Pentecoste.

Segundo a Agência Acre, cada brigada conta com cerca de dez integrantes, que recebem ajuda de custo de R$ 1.476, seguro de vida e equipamentos de proteção individual.