O prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB), divulgou ontem (18) um vídeo em que pediu desculpas após se envolver em uma confusão com jornalistas durante visita às obras do Hospital Municipal no domingo (17). Ele afirmou ter se excedido, mas justificou a reação dizendo que presenciou servidoras sendo agredidas.
"Quero pedir desculpas à sociedade amapaense. Sempre tive respeito e boa relação com a imprensa, e isso vai continuar. Mas eu e minha família temos sido alvos de ofensas e fake news de um grupo que não aceita o crescimento da cidade", explicou ele em vídeo divulgado nas redes sociais.
A repercussão do caso gerou manifestações de entidades. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) divulgou nota de repúdio em defesa da liberdade de imprensa.
"É inadmissível que profissionais de imprensa sejam intimidados ou criminalizados no exercício de seu trabalho, sobretudo por representantes eleitos que têm o dever de respeitar a democracia e a liberdade de imprensa", destacou a FENAJ em nota.
O caso repercutiu no domingo, quando vídeos mostraram o prefeito agarrando o pescoço de Iran Froes, da equipe do jornalista Heverson Castro. Após a confusão, Froes, Castro e Marshal dos Anjos foram levados pela Guarda Municipal para a Delegacia da Mulher.
Servidoras municipais alegaram terem sido agredidas. Em vídeo publicado nas redes sociais, a subsecretária de Habitação, Meriam Banha, afirmou ter sido vítima de agressão verbal e física.
A prefeitura, em nota, declarou que o prefeito e as servidoras foram alvo de agressões verbais durante a atividade.
Em entrevista ao portal Felipe Peixoto Notícias, o advogado Maurício Pereira, que representa os jornalistas, disse que não houve crime grave e que foi feito termo circunstanciado.
"Já temos o exame de corpo de delito da suposta vítima negativo. Está provado que, na verdade, Heverson e Iran foram vítimas de abuso de autoridade, tiveram violadas a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão", afirmou. Segundo o advogado, os laudos não indicaram lesões nas servidoras.
A Câmara Municipal de Macapá, em nota assinada pelo presidente Pedro DaLua (União), classificou a situação como de abuso de autoridade. O caso segue em investigação.