O Governo Federal realizou mais de 5,8 mil ações na Terra Yanomami desde março de 2024, em resposta à crise humanitária causada pelo garimpo ilegal no território.
Entre as iniciativas estão operações de fiscalização, atendimento social e atividades para garantir presença constante dos órgãos públicos na região. O balanço foi apresentado em oficina em Boa Vista, reunindo lideranças indígenas, associações e representantes do governo.
Os dados apontam que a área ocupada pelo garimpo caiu 96% entre março de 2024 e junho de 2025. O prejuízo ao crime ultrapassou R$ 396 milhões, somando apreensões, multas e destruição de máquinas usadas na extração ilegal.
As ações envolvem a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e contam com o suporte de bases fixas da Frente de Proteção Yanomami e Ye'kwana. Essas estruturas permitem o monitoramento constante e reforçam o combate à invasão de áreas protegidas.
A instalação da Casa de Governo em Boa Vista, em março de 2024, foi uma das principais medidas para coordenar o enfrentamento à situação.
O local reúne representantes de diversos órgãos federais que atuam em políticas públicas para o território. A estrutura busca garantir continuidade às ações iniciadas no ano anterior, promovendo diálogo direto com lideranças e associações Yanomami e Ye'kwana.
A oficina é utilizada apresentar resultados e alinhar próximos passos. O evento, que segue até esta sexta-feira (11), discute temas como saúde, segurança alimentar, educação, infraestrutura e fortalecimento da governança indígena.
A programação inclui traduções simultâneas e espaço para questionamentos das comunidades. Na abertura, estiveram presentes órgãos federais, estaduais e associações locais.
Lideranças femininas também participaram, destacando o envolvimento das mulheres no acompanhamento das medidas em curso. A área da saúde ganhou destaque na programação. Representantes da Funai, Sesai, Fiocruz e universidades federais participaram de debates e apresentaram o Guia Temi Totihi de Atenção ao Pré-Natal.
O material foi construído em parceria com lideranças Yanomami e busca orientar o cuidado com gestantes. As atividades, segundo a Funai, reforçam o compromisso do governo com políticas contínuas.