O Pará chegou a 22 meses sem registrar roubos a bancos na modalidade conhecida como "novo cangaço", caracterizada por ações de grupos armados que invadem cidades e atacam instituições financeiras.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a última ocorrência foi registrada em setembro de 2022, no município de Viseu. Na ocasião, os envolvidos foram identificados e presos. Em 2018, o estado somava 19 casos dessa natureza.
A queda nas estatísticas, segundo a Agência Pará, é atribuída à atuação integrada das forças de segurança, à troca constante de informações entre órgãos e aos investimentos em tecnologia e capacitação.
O Comitê Permanente de Enfrentamento às Ações Criminosas Contra Instituições Bancárias e Transportes de Valores, criado em 2022, também tem papel fundamental na formulação de estratégias de prevenção. O grupo reúne representantes das polícias Civil e Militar, além de outras instituições, com foco no planejamento de ações preventivas.
Entre as medidas adotadas estão o uso de viaturas blindadas, drones táticos, óculos de visão noturna e armamentos de alta precisão. A proposta é impedir a formação de quadrilhas e antecipar possíveis investidas criminosas nos municípios.
Nos últimos anos, o governo do estado também fortaleceu a Delegacia de Repressão a Roubos a Banco e Antissequestro e criou a Delegacia de Repressão a Facções Criminosas.
Ambas estão ligadas à Divisão de Repressão ao Crime Organizado e atuam em conjunto para investigar suspeitos, cumprir mandados e evitar ações violentas. A Polícia Civil, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), realiza cursos para agentes sobre esse crime.
A formação contínua busca aprimorar o entendimento sobre a modalidade, estimular a troca de experiências entre profissionais e desenvolver respostas mais rápidas.
A prioridade é impedir que esse tipo de prática volte a ocorrer. Apesar da estabilidade, o Pará mantém o monitoramento e reforça o papel da inteligência para conter delitos assim.
Em outras regiões do Brasil, o "novo cangaço" ainda preocupa, com registros recorrentes no Nordeste, Sul e Sudeste.
A experiência do estado serve como modelo de atuação preventiva e integração entre órgãos de segurança.