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Prefeito de Palmas preso em Operação Sisamnes da PF

Por Mateus Lincoln

A Polícia Federal (PF) cumpriu na última sexta-feira (27) mandados de prisão preventiva contra o prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), um advogado e um policial, como parte da Operação Sisamnes. A ação investiga um suposto esquema de vazamento e venda de decisões judiciais sigilosas do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

À reportagem, a prefeitura de Palmas afirmou, em nota, que a decisão judicial foi cumprida e que a investigação não está relacionada à atual administração.

Informou ainda que o prefeito recebeu a medida com tranquilidade e prestará os esclarecimentos necessários. O texto também elogiou a conduta dos agentes durante o cumprimento da ordem judicial.

Na primeira fase da operação, realizada em maio, o Supremo havia negado o pedido de prisão preventiva contra o prefeito, autorizando apenas a apreensão de materiais em imóveis ligados a ele, como a sede do Executivo municipal e sua residência.

Na ocasião, o celular de Eduardo Siqueira Campos foi recolhido para análise.

Na época, conforme divulgado pela Agência Brasil, Eduardo Siqueira Campos negou ter acesso a qualquer dado reservado e declarou que não possui fonte no STJ.

Segundo ele, seu envolvimento nas investigações se deve apenas a suposições, sem provas de que tenha participado de qualquer irregularidade.

A Operação

Nesta nova fase da operação, também foram autorizadas três ordens de busca e apreensão e outras medidas cautelares, expedidas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal. As diligências ocorreram em diferentes locais da capital tocantinense.

As investigações indicam que as dados sigilosos vinham sendo repassados a investigados antes de qualquer decisão oficial. Segundo informações divulgadas pela PF, o grupo suspeito é formado por servidores públicos, operadores do direito e outros intermediários, com a finalidade de proteger aliados e atrapalhar investigações.

A apuração, de acordo com a PF, teve início após o assassinato de um advogado no Mato Grosso, quando dados encontrados no celular da vítima revelaram suspeitas de comercialização de sentenças judiciais.