A movimentação de cargas nos portos públicos do Amapá e de Rondônia aumentou em abril deste ano, com destaque para o transporte de grãos.
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), divulgados pelo Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor), o Terminal Portuário de Santana, no Amapá, teve alta de 35% em relação a abril de 2024, enquanto o porto de Porto Velho, em Rondônia, cresceu quase 8% no mesmo período.
Em Santana, foram movimentadas 382 mil toneladas, sendo 254 mil de soja e 36 mil de resíduos da extração do grão.
No mesmo mês do ano anterior, o total havia sido de 283 mil toneladas. Já em Rondônia, a movimentação chegou a 253 mil toneladas, com 237 mil correspondentes à soja, volume superior às 216 mil toneladas registradas em abril de 2024.
Os números indicam avanço no uso da infraestrutura fluvial para escoamento agrícola, especialmente na Região Norte. A estrutura do Porto de Santana vem sendo ampliada.
Em fevereiro de 2025, foi oficializado o arrendamento do terminal MCP03, destinado a granéis sólidos vegetais.
O contrato, com duração de 25 anos, prevê R$ 89 milhões em investimentos até 2049. Entre as melhorias estão a ampliação do píer, dragagem, pavimentação e construção de novos silos. A capacidade anual de carga deve subir de 450 mil para 917 mil toneladas.
A medida visa aumentar a competitividade da região no transporte de commodities.
Outro foco do governo federal é a hidrovia do Rio Madeira. O trecho, de 1.075 quilômetros, entre Rondônia e Amazonas, será incluído em futura concessão à iniciativa privada. A expectativa é de que o leilão ocorra até o fim de 2026.
O plano integra a política de uso de modais sustentáveis no transporte nacional.
Em 2024, mesmo com seca severa, o corredor fluvial transportou cerca de 10 milhões de toneladas. Estudos apontam que o potencial pode ultrapassar 25 milhões ao ano.
A concessão prevê R$ 109 milhões em obras como dragagem e sinalização, além de R$ 40 milhões voltados à operação ao longo de 12 anos. A cobrança de tarifas pelo transporte de cargas começará somente após o início dos serviços.
O transporte de passageiros seguirá gratuito, assegurando acesso a comunidades isoladas.