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Denúncia em assasinato de Dom Philips e Bruno Pereira

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nova denúncia pelo assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido na região do Vale do Javari, no Amazonas.

O órgão acusou o suposto mandante dos crimes, que passam agora a ter nove réus no total. A denúncia foi encaminhada à Justiça Federal de Tabatinga, responsável pelo caso.

Bruno e Dom desapareceram durante uma expedição em área indígena de difícil acesso.

Segundo a assessoria do MPF, a última vez que foram vistos com vida foi no início de junho de 2022. As buscas duraram dias e contaram com o apoio de indígenas, moradores locais e autoridades.

Os corpos das vítimas foram encontrados após confissão de um dos envolvidos.

O MPF informou que os crimes foram cometidos com extrema violência, sem possibilidade de defesa. Além disso, o assassinato teria sido motivado por interesses ligados à pesca ilegal e ao tráfico na região.

O procurador responsável pela nova denúncia pediu o fim do sigilo no processo, o que pode permitir o acesso público às informações do inquérito.

Três pessoas foram denunciadas inicialmente, ainda em 2022: Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima.

Eles foram acusados de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os três foram presos e seguem respondendo criminalmente.

Em 2023, a Justiça determinou que os três acusados fossem levados a júri popular.

A decisão ocorreu após análise da denúncia e aceitação dos argumentos apresentados pelo MPF. Para o juiz, havia elementos suficientes que justificavam o julgamento. No ano seguinte, em 2024, outras cinco pessoas foram denunciadas por ajudar na ocultação dos corpos.

Entre os novos réus estão Francisco Conceição de Freitas, Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa de Oliveira.

Quatro deles também foram acusados de corromper um adolescente para colaborar com o crime. Em janeiro de 2025, a Justiça manteve a decisão de levar Amarildo e Jefferson a júri.

O MPF, porém, recorreu da exclusão de Oseney da lista de julgamento popular. O recurso foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que ainda não decidiu sobre o caso.