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AP: como se formou a Margem Equatorial?

A Margem Equatorial, trecho da costa norte do Brasil, principalmente na região do Amapá, tem potencial para se tornar uma das principais áreas de exploração de petróleo do país. De acordo com a Agência Brasil, as reservas estimadas chegam a 30 bilhões de barris, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

A área inclui bacias como Foz do Amazonas, Potiguar, Ceará, Barreirinhas e Pará-Maranhão. A formação geológica da região remonta a 130 milhões de anos, quando a América do Sul e a África começaram a se separar. Esse processo criou falhas tectônicas e mares interiores, onde sedimentos e matéria orgânica se acumularam.

Com o tempo, a pressão e a temperatura transformaram esse material em petróleo.

Diferentemente do que se imagina, o petróleo não se origina de dinossauros, mas principalmente de micro-organismos marinhos, como plânctons.

Esses seres se depositavam no fundo de lagos e oceanos, sendo soterrados por camadas de sedimentos. A falta de oxigênio permitiu a preservação da matéria orgânica, que, ao longo de milhões de anos, se transformou em hidrocarbonetos.

Para que o petróleo seja armazenado, é necessário um sistema composto por rochas geradoras, reservatórios e selantes. As rochas geradoras, como folhelhos, contêm a matéria orgânica. Já os reservatórios, como arenitos, são porosos e armazenam o óleo. Por fim, as rochas selantes impedem que o petróleo escape.

Na Margem Equatorial, as principais formações geradoras datam do período Cretáceo, como Codó e Limoeiro, na Bacia da Foz do Amazonas.

O Rio Amazonas, embora não tenha participado da formação dessas rochas, contribuiu com sedimentos que ajudaram a criar reservatórios.