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Pará reduz emissão de gases poluentes em 20 anos

As emissões de gases de efeito estufa no Pará caíram 28,8% entre os anos de 2000 e 2023. A informação consta em uma nota técnica publicada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), com base nos dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), ligado ao Observatório do Clima.

O documento analisa números a partir das emissões e captações de dióxido de carbono (CO2) e aponta avanços em práticas de conservação e uso sustentável da floresta.

No levantamento, no ano de 2000 o Pará emitiu 438,7 milhões de toneladas brutas de CO2. Já em 2023, esse número foi de 312,3 milhões. A queda é resultado da diminuição da conversão de floresta em pastagens, com destaque para uma redução de 45,6% nas emissões da chamada "formação florestal - pastagem".

A pesquisa também mostra que a atividade agropecuária continua sendo a principal responsável pela emissão de gases, respondendo por 91,9% do total em 2023. No entanto, a pecuária também liderou a queda de emissões, com recuo de 31,6% no período.

O estudo aponta que 2023 foi o ano com menor registro de emissões brutas desde 2017.

Considerando as emissões líquidas - diferença entre emissão e captação -, o Pará teve 192,6 milhões de toneladas emitidas, o menor número da série histórica desde 2017.

Ao mesmo tempo, o estado aumentou sua capacidade de remoção de CO2. A quantidade de carbono captada cresceu 136%, passando de 71 milhões de toneladas em 2000 para 167,5 milhões em 2023.

A floresta primária foi responsável por captar 110,4 milhões de toneladas de CO2 em 2023, o que equivale a 65,9% do total removido. Já na floresta secundária foi 31,2%.

Outros ecossistemas, como vegetações não florestais e áreas de várzea, também contribuíram. A floresta alagável teve aumento de 101,1% na retirada de gases, o que indica o papel de áreas úmidas na mitigação do aquecimento global.

A vegetação nativa aparece como o maior sumidouro de carbono no estado, representando 99,7% da captação total.

De acordo com a Agência Pará, as informações servem como base para decisões voltadas à redução de impactos ambientais e para fortalecer ações de conservação da Amazônia.