O Piauí encerra 2025 com um dos balanços ambientais mais positivos da última década: o estado registrou queda expressiva no desmatamento ilegal e ampliou de forma inédita o número de operações de fiscalização. A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) realizou 21 ações ao longo do ano, crescimento de quase 10% em relação ao ciclo anterior, reforçando a atuação do poder público em áreas historicamente marcadas por pressão sobre a vegetação nativa. O avanço não se limita ao aspecto administrativo. No primeiro semestre, o estado contabilizou redução de 68% no desmatamento ilegal, resultado atribuído à presença constante das equipes de fiscalização, ao uso de monitoramento por imagens e à resposta rápida a alertas ambientais emitidos ao longo do território.
A queda significativa nos índices tem sido tratada pelo governo como sinal de que o modelo de fiscalização adotado desde o início da gestão começa a consolidar um novo padrão de controle ambiental. As operações, antes concentradas em períodos específicos, tornaram-se contínuas e passaram a abranger regiões mais remotas, incluindo matas ciliares, áreas de veredas, nascentes e zonas de transição entre Cerrado e Caatinga. A estratégia reduz a reincidência de infrações e pressiona atividades predatórias que, por muitos anos, avançaram pela ausência de fiscalização permanente.
Para a equipe de fiscalização da Semarh, o desempenho alcançado em 2025 demonstra a eficácia da integração entre tecnologia e trabalho de campo.
O uso de sistemas de monitoramento em tempo real permite o cruzamento de dados, a identificação de áreas críticas e a chegada das equipes antes que o dano ganhe proporção maior. A metodologia vem sendo ajustada para tornar as operações mais estratégicas, priorizando regiões onde a supressão irregular da vegetação apresentava crescimento recorrente.
O governo também ampliou a estrutura das ações em campo. Equipes especializadas passaram a atuar de forma coordenada, com reforço de técnicos, equipamentos e protocolos de resposta rápida.
Essa combinação possibilitou que o estado alcançasse áreas onde a presença institucional era rara, criando um efeito de dissuasão entre grupos que operavam na clandestinidade. Em diversos pontos, a simples circulação de equipes reduziu tentativas de novos desmates, modificando a dinâmica de ocupação irregular do território.
A intensificação do trabalho trouxe ainda impactos econômicos e sociais. Com maior rigor sobre atividades ilegais, produtores e proprietários passaram a buscar regularização de processos relacionados ao uso da terra, diminuindo conflitos e fortalecendo a gestão ambiental. Ao mesmo tempo, a preservação de áreas estratégicas, como nascentes e matas ciliares, garante melhor qualidade dos recursos hídricos e reduz riscos associados à erosão e ao assoreamento de rios, fatores que afetam diretamente o abastecimento e a produção agrícola.
Outro eixo de atuação tem sido o fortalecimento da orientação e da educação ambiental. Técnicos da Semarh vêm realizando encontros regionais com produtores, associações e gestores municipais para esclarecer regras, apresentar alternativas de manejo sustentável e explicar procedimentos para autorizações legais. A abordagem busca diminuir a resistência às fiscalizações e aproximar comunidades do processo de preservação, reforçando o entendimento de que a proteção ambiental é parte da estratégia de desenvolvimento do estado.
A participação direta da cúpula da Semarh tem sido central na manutenção do ritmo das ações. A pasta avalia que os indicadores de 2025 confirmam um novo ciclo da política ambiental piauiense, baseado em presença permanente do Estado, investimentos em tecnologia e planejamento territorial. Segundo a gestão, o compromisso é manter a curva de queda do desmatamento ilegal também nos próximos anos, consolidando práticas de prevenção e resposta que reduzam riscos de retrocesso.
Embora o ano ainda não tenha sido encerrado, a avaliação é que o Piauí caminha para registrar o menor índice de desmatamento ilegal dos últimos anos. O governo local afirma que as operações continuarão até o fim da estação seca, período em que a pressão sobre a vegetação tende a aumentar.