Alagoas alcançou em 2024 o menor índice de pobreza já registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo dados divulgados. A taxa, que chegou a 40,9% no ano passado, representa o ponto mais baixo da série histórica iniciada em 2012 e confirma uma redução de 20,4 pontos percentuais no período. O resultado coloca o estado entre os que mais avançaram no enfrentamento da pobreza na última década.
Entre 2022 e 2024, período correspondente ao governo Paulo Dantas, a queda foi ainda mais expressiva. O índice recuou de 53,9% para 40,9%, indicando que cerca de 416 mil alagoanos deixaram a condição de pobreza. O levantamento faz parte da Síntese de Indicadores Sociais, estudo anual do IBGE que analisa as condições de vida da população brasileira.
O órgão utiliza parâmetros do Banco Mundial para definir pobreza e extrema pobreza. São consideradas pobres as pessoas com renda domiciliar per capita inferior a US$ 6,85 por dia, o equivalente a R$ 694 mensais. Já a extrema pobreza é definida para quem vive com menos de US$ 2,15 por dia, ou R$ 218 mensais. Sob esses critérios, Alagoas também apresentou redução significativa na extrema pobreza ao longo dos últimos anos.
Entre 2015 — quando o estado registrou o maior índice de extrema pobreza da história, com 14,2% — e 2024, o percentual caiu para 6,8%. A retração de 7,4 pontos percentuais é a terceira maior do país, ficando atrás apenas do Pará (7,5 p.p.) e empatando com o Amapá (7,4 p.p.). O recuo, segundo analistas, reflete tanto a melhoria dos indicadores sociais quanto o impacto das políticas públicas estaduais voltadas às populações mais vulneráveis.
Entre os programas citados pelo governo como determinantes para o resultado estão o Alagoas Sem Fome, articulador de ações intersetoriais contra a insegurança alimentar; o Leite do Coração, que distribui leite para gestantes, nutrizes e crianças; e o Cartão Cria, que garante transferência de renda para famílias com crianças de até seis anos. As iniciativas têm sido reconhecidas nacionalmente por sua eficiência.
Em novembro, Alagoas recebeu o prêmio Brasil Sem Fome, concedido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). O estado foi destacado como o que mais reduziu a insegurança alimentar grave entre 2022 e 2024 e ficou em primeiro lugar no Nordeste na categoria "Redução da Insegurança Alimentar e Nutricional nos Estados e no Distrito Federal". O reconhecimento reforçou a percepção de que o conjunto de ações sociais tem contribuído diretamente para a melhoria dos indicadores.
Os números divulgados pelo IBGE já haviam sido antecipados em junho pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), em estudo baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). À época, o governador Paulo Dantas afirmou que os dados confirmavam a eficácia das políticas adotadas, mas ressaltou que o desafio permanece elevado.
"Temos orgulho de liderar a queda da pobreza no Nordeste, mas sabemos que ainda há muito a fazer. Vamos intensificar ações de geração de emprego e renda, além de ampliar o acesso à educação de qualidade, para que o crescimento econômico beneficie todos os alagoanos", declarou o governador em junho.
Apesar dos avanços, especialistas afirmam que a sustentabilidade da redução da pobreza depende da continuidade dos programas sociais, do crescimento econômico e da ampliação das oportunidades de trabalho e renda. A tendência será monitorada nas próximas edições da pesquisa, que devem indicar se o ritmo atual de queda se mantém e qual será o impacto das políticas públicas nos próximos anos.