A Bahia ganhou um novo espaço cultural dedicado à memória, à ancestralidade e à trajetória das principais matriarcas das religiões de matriz africana. O Memorial das Matriarcas Odé Kayodé foi inaugurado na casa onde nasceu uma das mais importantes ialorixás do Brasil, Mãe Stella de Oxóssi (Odé Kayodé). O espaço integra o complexo museal do Solar Ferrão, na Rua Gregório de Matos, 45, no Pelourinho.
A iniciativa é do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura (SecultBA), via Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural, e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais. Fundamentado na museologia social e comunitária, o Memorial coloca as comunidades tradicionais de terreiro no centro das ações de preservação e difusão de saberes, práticas e objetos simbólicos, valorizando as memórias das matriarcas das casas primazes do candomblé.
Lideranças religiosas, o povo de santo e autoridades prestigiaram o lançamento do Memorial, que se consolida como um marco para a cultura afro-brasileira e reafirma o compromisso do Governo da Bahia com a preservação do patrimônio, o fortalecimento das comunidades tradicionais e a luta antirracista. "Estamos aqui reverenciando o legado das matriarcas e reafirmando o poder da cultura na preservação de memórias e valorização da história e do sagrado. Para nós do Governo do Estado, é uma enorme satisfação abrir as portas desta casa, com todo esse legado e força, que vai impactar não só as pessoas do Pelourinho, mas todas que aqui passarem", afirmou o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro.
O projeto expográfico foi concebido para receber novas homenagens ao longo do tempo. O diretor-geral do IPAC, Marcelo Lemos, definiu o Memorial como uma reverência às matriarcas. " Com sua coragem e sabedoria, essas matriarcas reafirmaram a força e ancestralidade do nosso povo, enfrentando preconceitos e intolerâncias. O Memorial é um espaço de valorização, respeito às tradições e às trajetórias dessas mulheres".