Por:

Alagoas puxa produção de etanol no Nordeste

A produção de álcool na região Nordeste atingiu 1,9 bilhão de litros | Foto: Pei Fon / Agência Alagoas

Alagoas alcançou a maior produção de etanol do Nordeste na safra 2024/2025, com 416,4 milhões de litros, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (5) pela Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio). O volume representa 21% de todo o biocombustível fabricado na região, que somou 1,9 bilhão de litros. Na sequência, aparecem Paraíba, com 398,2 milhões, Bahia (354,8 milhões) e Pernambuco (333,5 milhões).

Do total produzido no estado, 163,5 milhões de litros correspondem ao etanol anidro e 252,9 milhões ao hidratado. Além da liderança na produção do combustível, Alagoas também registrou o maior volume de cana-de-açúcar colhida entre os estados nordestinos, com 17,6 milhões de toneladas, superando Pernambuco, que ficou em segundo lugar com 13,5 milhões de toneladas.

A NovaBio destaca que a região avança na consolidação de um polo nacional de inovação em energias renováveis, unindo recursos naturais, pesquisa científica e atração de investimentos. Segundo o presidente-executivo da entidade, Renato Cunha, o Nordeste utiliza o biocombustível tradicional como indutor de novas tecnologias voltadas aos setores industrial, aéreo e marítimo, com destaque para o combustível sustentável de aviação (SAF), o biometano, o hidrogênio verde e o e-metanol.

Em Alagoas, o governo estadual tem buscado acelerar a transição energética. Em setembro, foi criada a Política de Prioridade no Abastecimento de Veículos Automotores com Etanol, que prevê a substituição gradual da gasolina na frota pública. A medida estabelece metas crescentes: 5% de uso mínimo de etanol em 2025, chegando a 30% ao final de seis anos. Para o governador Paulo Dantas, o programa fortalece a cadeia produtiva local, reduz a dependência de combustíveis fósseis e estimula a bioeconomia no estado.

Além disso, Alagoas garantiu R$ 4,2 bilhões em financiamento junto ao BNDES e ao Banco do Nordeste para projetos de neoindustrialização alinhados à agenda verde. A maior parte, cerca de R$ 4 bilhões, será destinada a iniciativas de transição energética com foco em armazenamento e fontes renováveis, como eólicas, solares, hidrelétricas. Também foram aprovados investimentos para projetos em bioeconomia voltada a fármacos.