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'Sergipanidade' celebra orgulho e tradição

Aracaju, fundada em 1855, se firmou como o centro vivo da sergipanidade — conceito que expressa o sentimento de pertencimento e a identidade cultural de Sergipe. Nascida da mistura de povos e saberes, a capital reúne tradições, sotaques e costumes que traduzem o espírito do povo sergipano. Nos mercados e feiras, esse sentimento se materializa em símbolos como a mangaba, árvore símbolo do estado, e o amendoim cozido, patrimônio imaterial da cultura local. A culinária, o artesanato, a música e a religiosidade reforçam esse elo entre o passado e o presente.

Para o historiador Amâncio Cardoso, Aracaju concentra o que há de mais autêntico na cultura regional: "A cidade nasceu da união de diferentes histórias, sotaques e sabores, tornando-se o retrato da sergipanidade". Essa identidade se expressa também nas festas juninas, nas romarias e no folclore, como o caboclinho e o reisado, além de se refletir nas palavras e expressões do cotidiano. Mercados e feiras funcionam como mini universos do estado, reunindo produtos, saberes e práticas culturais de todos os municípios, conectando visitantes e moradores à memória coletiva.

O Dia da Sergipanidade, celebrado em 24 de outubro, foi criado para valorizar essa herança e fortalecer os laços culturais do povo. A data difere da emancipação política de Sergipe, ocorrida em 8 de julho de 1820, pois marca um sentimento coletivo, mais do que um fato histórico. "A sergipanidade é algo que não se vê, mas se sente; é aprendida na convivência com a cultura", define o historiador. Celebrar essa data é reconhecer o amor pelo território, pela memória e pela diversidade que fazem de Sergipe um estado pequeno em tamanho, mas imenso em identidade, gastronomia, folclore, artesanato, música e fé, consolidando a riqueza cultural e histórica.