A produção de camarão no Piauí aumentou 23% entre 2023 e 2024, atingindo 4,2 mil toneladas e consolidando o estado como o sexto maior produtor nacional do crustáceo. O volume ultrapassou o de Sergipe (4,1 mil toneladas) e se aproximou da Bahia (4,8 mil toneladas), segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o avanço, a carcinicultura piauiense movimentou R$ 85 milhões em 2024, alta de 34% em relação ao ano anterior, quando o faturamento foi de R$ 63,2 milhões. O estado passou a responder por 2,92% da produção nacional de camarão, impulsionado por políticas de incentivo do Governo do Estado.
Entre os fatores que sustentam o crescimento estão a alíquota de ICMS zerada para produtores cadastrados no Cagep e o subsídio na conta de energia elétrica, que garante 90% de desconto no consumo entre 21h e 6h para irrigantes. As medidas reduziram custos e estimularam a expansão das áreas de cultivo.
Contando com apoio
Para o presidente da Associação de Criadores de Camarão do Piauí, Santana Júnior, o apoio governamental e a organização do setor vêm sendo decisivos. "Com o setor mais estruturado, a alta demanda do mercado e a agilidade nos processos de licenciamento, estamos conseguindo produzir cada vez mais. A expectativa para 2025 é crescer 15%, chegando a 5 mil toneladas", afirmou.
Segundo ele, toda a produção é destinada ao mercado interno.
Dados do crescimento
O crescimento também reflete os investimentos da iniciativa privada.
O gerente operacional da Aquinor - Aquicultura do Nordeste Ltda, Ricardo Savegnago, destacou que a empresa ampliou em 127 hectares sua área de viveiros, totalizando 367 hectares de lâmina d'água. "Parte dos novos viveiros entrou em operação em 2024 e o restante começará em 2025. Acreditamos que, em 2026, teremos aumento de 50% na produção e no faturamento", disse.
Com expansão contínua e incentivos mantidos, o Piauí desponta como um dos novos polos da carcinicultura no Nordeste.
