Por:

Governadores do Nordeste discutem tarifaço com Lula

Bahia, Maranhão e Ceará são os estados nordestinos que mais exportaram para o EUA | Foto: Divulgação/ Consórcio Nordeste

Os governadores dos estados que integram o Consórcio Nordeste têm agenda marcada na próxima semana, em Brasília, para discutir os impactos da nova política tarifária dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

A principal pauta será o aumento de 50% nas tarifas de exportação anunciado pelo governo norte-americano, medida que entrou em vigor no último dia 1º de agosto e afeta diretamente cadeias produtivas da região.

A programação prevê encontros na terça-feira (5) e quarta-feira (6), com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Os governadores nordestinos pretendem articular uma reação coordenada, com o objetivo de mitigar prejuízos econômicos e buscar alternativas comerciais.

Na terça-feira pela manhã, os chefes de Executivo estaduais devem participar da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, que contará com a presença do presidente Lula. No encontro, serão debatidos os possíveis efeitos da taxação imposta pelos Estados Unidos sobre setores estratégicos para a economia brasileira, sobretudo os do Nordeste.

No mesmo dia, durante a tarde, será realizada a Assembleia Geral do Consórcio Nordeste. Na quarta-feira, o grupo se reúne novamente, dessa vez no Palácio do Planalto, em agenda que terá a participação de integrantes do governo federal.

As novas tarifas dos EUA atingem produtos de diferentes segmentos, incluindo fruticultura, apicultura, setor têxtil, calçadista, metalmecânico e indústria automotiva. Segundo dados do Comex Stat, sistema oficial de estatísticas do comércio exterior brasileiro, Bahia, Maranhão e Ceará foram os estados nordestinos que mais exportaram para o mercado norte-americano no ano de 2024.

O presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, governador do Piauí, afirmou que está sendo feita uma articulação emergencial com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEXBrasil) e com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Segundo ele, a estratégia envolve o mapeamento detalhado dos impactos por estado e por setor produtivo.